Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Resende, Luís Carlos Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-11042024-092106/
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Resumo: |
A dilatação dos espaços perivasculares (EPVS) ocorre no processo de adoecimento dos pequenos vasos e está associada aos outros marcadores imaginológicos dessas lesões, como hiperintensidade da substância branca (HSB), microsangramentos e infartos lacunares. O espaço perivascular é o local aonde se processa um sistema de depuração de metabólitos e líquido intersticial conhecido como sistema glinfático e acredita-se que sua dilatação esteja associada à disfunção desse sistema. A EPVS e a disfunção do sistema glinfático podem estar associadas às doenças neurodegenerativas por acúmulo de proteínas malformadas como a própria doença de Parkinson (DP). Este estudo teve por objetivo avaliar a EPVS (inferindo, indiretamente, uma possível disfunção do sistema glinfático) e a HSB na DP e patologias associadas, com destaque para as do sono. Foi utilizado um banco de dados coletado por uma equipe multidisciplinar no Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCRP - USP), abrangendo aspectos clínicos diversos, epidemiológicos e polissonográficos de um conjunto de indivíduos com 18 anos ou mais de idade e com DP confirmado. Desses, foram selecionados 33 com RNM encéfalo disponível para análise e comparados com um grupo controle constituído por 35 indivíduos saudáveis, pareados por sexo e idade. As imagens foram analisadas e classificadas quanto à EPVS e HSB por dois examinadores independentes e estes dados foram associados e/ou correlacionados com variáveis quantitativas e qualitativas do banco de dados acima descrito. Apesar de não haver diferença da classificação Fazekas substância branca profunda (SBP) [p-value: 0,91] e substância branca periventricular (SBV) [p-value: 1,00] entre os grupos, houve diferença quando avaliado a classificação EPVS em núcleos da base (NNBB) [p-value: 0,00] e em centro semi-oval (CSO) [p-value: 0,00]. Foi observado correlação, nos indivíduos com DP e controles, entre classificação EPVS em NNBB e Fazekas SBV (p-value: 0,01 e 0,01, respectivamente) e Fazekas SBP (p-value: 0,00 e 0,00, respectivamente) o que não foi observado quando avaliado a classificação EPVS em CSO. Não foi observado correlação entre tempo de evolução clínica da DP e classificação Fazekas / EPVS, apesar da correlação entre a idade dos indivíduos parkinsonianos e controles com a classificação Fazekas SBP (p-value: 0,04 e 0,01, respectivamente), Fazekas SBV (p-value: 0,05 e 0,00, respectivamente). Em relação à classificação EPVS NNBB e CSO, houve correlação no grupo controle (p-value: 0,00 e 0,00, respectivamente) e uma tendência no grupo DP (p-value: 0,18 e 0,15, respectivamente). Nos indivíduos parkinsonianos com doença de Willis-Eckbom (WED), foi observado uma pior classificação Fazekas SBP (0,04) e uma tendência na EPVS CSO (0,09). Em relação à escala de funcionalidade Hoehn & Yahr nos parkinsonianos, foi observado uma correlação inversa com EPVS em CSO (p-value: 0,05 e correlação: - 0,35) e uma tendência em NNBB (p-value: 0,09, correlação: -0,30). Concluindo, a doença de Parkinson parece desencadear EPVS, possivelmente uma disfunção do sistema glinfático, independentemente da presença das doenças do sono e de alguns fatores de risco cardiovasculares concomitantes. |