Bebês e suas professoras no berçário: estudo de interações à luz de pedagogias participativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Garcia, Andréa Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-18032019-152645/
Resumo: Com o objetivo de investigar as relações pedagógicas estabelecidas entre bebês e suas professoras no cotidiano do berçário, o presente estudo circunscreve-se no campo da Pedagogia. O quadro teórico ancora-se em perspectivas pedagógicas de natureza participativa: a Pedagogia-em-Participação, a Proposta de Elinor Goldschmied e a Abordagem Pikler. A pesquisa de natureza qualitativa (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008), caracterizada como um estudo de caso único (Yin, 2005 e Stake, 1999) e de inspiração etnográfica (Woods, 1999), foi realizada em uma creche, da rede pública direta municipal, da região sul da cidade de São Paulo, que atende a faixa etária de 0 a 3 anos e implicou a imersão da pesquisadora no cotidiano de três agrupamentos de bebês reunidos em uma sala de Berçário I (0 a 1 ano), durante o período de 10 meses. As sessões de observação resultaram em registros escritos, fotográficos e fílmicos. Foram examinados 9 episódios, envolvendo situações de interação de bebês e professoras, considerando-se três aspectos de análise: o papel do adulto-educador, o ambiente educativo do berçário e as brincadeiras e aprendizagens dos bebês. Como principais achados da pesquisa destacam-se: a natureza das relações professoras-bebês está condicionada aos traços de pessoalidade de cada uma das professoras, o que denota a ausência de ações pensadas em conjunto, dentro de um projeto comum para o berçário; as práticas das professoras pautadas no olhar e na escuta cuidadosos dos bebês criam condições favoráveis ao bem-estar, ao envolvimento, à participação e à aprendizagem, diferentemente de ações mais preocupadas em cumprir as expectativas dos adultos e, por fim, as situações de brincadeiras, em que os adultos e bebês estiveram igualmente envolvidos, tendem a ser prolongadas e potencializam experiências expressivas. As evidências sugerem que uma Pedagogia para bebês deve atentar, essencialmente, à concepção de um ambiente educativo de berçário, orientado na busca do bem-estar dos bebês, como condição essencial à promoção de envolvimento e experiências de aprendizagem e, ao mesmo tempo, ao investimento em formação de profissionais especializados, sensíveis às peculiaridades, dessa etapa educacional, e capazes de delinear e partilhar projetos de ação para o berçário.