Édouard Glissant e a questão identitária antilhana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Andrei Fernando Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-08032017-150142/
Resumo: Este estudo procura discutir a presença e as implicações da questão identitária antilhana na obra Le Discours antillais (1981), de Édouard Glissant. Levando em conta o contexto histórico de formação da sociedade antilhana, sua especificidade cultural e o peso da pesquisa de identidade na região, serão avaliados o modo de apresentação dessa problemática no texto glissantiano, suas articulações internas, as possibilidades de diálogo com outras fontes, sua associação ao projeto literário do autor e o papel que desempenha na configuração de sua poética. Escritor de muitas facetas, Glissant é tanto reconhecido por sua ação política frente à assimilação cultural e à departamentalização de sua ilha natal, a Martinica, pela França, quanto pela vasta produção que desenvolveu, a qual reúne gêneros e matérias diversas. O fio condutor de seu trabalho, porém, é inegavelmente a questão identitária antilhana, responsável por seu empenho em afirmar-se como autor independente e em afirmar um campo literário antilhano autônomo, a partir do que contribuiu de maneira significativa para a reflexão acerca dos quadros pós-coloniais, das relações interculturais na contemporaneidade e da formação de novas identidades. Em Glissant, as Antilhas são o paradigma de um movimento que hoje abrange todo o mundo, a crioulização, que consiste na hibridização e nas trocas de elementos culturais, étnicos e linguísticos entre as coletividades, com resultados imponderáveis e surpreendentes. No exame da questão identitária antilhana, o autor desconstrói categorias fixas do pensamento ocidental, propondo novos conceitos, mais flexíveis e dinâmicos como a Relação e o Diverso, que definem a possibilidade de a noção de identidade ser pensada para além de uma origem única, projetando formas originais de identificação. Assim concebida, a análise ora apresentada mostrará a maneira particular segundo a qual o escritor interpreta a busca de identidade nas Antilhas e o lugar central ocupado por Le Discours antillais na organização desse tema, além do alcance das considerações do autor para o entendimento das complexas tramas culturais que irrompem na atualidade. Espera-se, enfim, por meio desta leitura, concorrer em qualquer sorte para o enriquecimento da fortuna crítica sobre tão importante pensador contemporâneo.