Praia negra, praia ardente: uma leitura do oral em Poétique de la Relation, de Édouard Glissant

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Amaral, Henrique Provinzano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-07022020-164355/
Resumo: Este trabalho focaliza a obra do pensador e escritor martinicano Édouard Glissant (1928- 2011) intitulada Poétique de la Relation (Poética da Relação) e, em especial, os ensaios La plage noire (A praia negra) e La plage ardente (A praia ardente), situados nas regiões medial e final do volume. Busca, assim, discutir e apresentar o que se pode exprimir como sendo, em relação a esse corpus, uma leitura do oral isto é, um exercício crítico de descrição, análise e interpretação da oralidade que caracteriza esse conjunto específico de textos escritos. Dividido em três seções denominadas aproximações, o texto pretende se acercar de algumas das dimensões que constituem, simultaneamente, uma problemática tão complexa: o modo como as questões em torno do oral são tratadas pela fortuna crítica dedicada às literaturas antilhanas de língua francesa, em geral, e à obra de Glissant, em específico; a maneira como as noções de oral e de oralidade são comumente entendidas e enunciadas no interior da obra glissantiana, sobretudo em sua vertente ensaística; o exame de algumas das teorizações mais influentes acerca da oralidade e do oral no âmbito dos estudos linguísticos e literários de matriz europeia a exemplo de certas ideias de Paul Zumthor e Henri Meschonnic. Por fim, na Terceira aproximação, propõe-se uma (re)tradução anotada dos dois ensaios mencionados, bem como uma série de comentários acerca do processo tradutório e das dificuldades dele advindas. Dessa forma, ao se aproximar de vieses distintos de um mesmo e multifacetado problema crítico, esta dissertação conclui que, em linhas gerais, o oral presente naquela obra não apresenta uma natureza única, totalizadora ou elucidativa; mas, contrariamente, parece atualizar o caráter aberto, ambíguo e, no limite, sempre em devir que Glissant reivindica para seu ideal de Relação por exemplo, mediante a noção de opacité (opacidade), constitutiva de Poétique de la Relation (1990, p. 203).