Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Marianna Ramos e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-02122020-113535/
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Resumo: |
A depressão materna é reconhecida como uma condição de adversidade que favorece mais práticas negativas das mães nos cuidados com os filhos, sendo amplamente relacionada a mais dificuldades comportamentais das crianças. Nessas associações, entretanto, os dados são pouco consistentes quanto às relações com o sexo das crianças. O estudo se propôs a abordar simultaneamente tais variáveis, tendo como objetivo geral verificar os efeitos preditivos da depressão materna, das práticas parentais das mães e do sexo das crianças para os desfechos comportamentais de meninos e meninas em idade escolar. Utilizou-se uma amostra de conveniência, da comunidade, com 101 díades mães-filhos, de ambos os sexos, com idade entre oito e 11 anos, distribuídas em dois grupos, a saber: G1: 51 díades, cujas mães apresentaram diagnóstico de depressão sistematicamente avaliado; e G2: 50 díades, cujas mães não apresentaram histórico de transtorno depressivo. Para a inclusão e alocação nos grupos as mães responderam ao Questionário Sobre a Saúde do Paciente (PHQ-9) e à Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV (SCID), e as crianças ao Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. Procedeu-se à avaliação individual, face a face. As mães responderam a um Questionário Geral, relativo aos dados sociodemográficos e familiares; ao Inventário de Estilos Parentais; e ao Questionário de Capacidades e Dificuldades da Criança (SDQ), instrumento de rastreamento sobre indicadores comportamentais infantis. Os dados foram codificados segundo as recomendações técnicas e analisados por procedimentos estatísticos (p≤0,05). Nas comparações conduzidas, contatou-se que as mães do grupo com depressão (G1) relataram mais práticas parentais negativas, além de mais práticas específicas de negligência, punição inconsistente e disciplina relaxada, com significância estatística. Em relação aos indicadores comportamentais, as crianças cujas mães tinham diagnóstico de depressão apresentaram mais sintomas emocionais. No que se refere às comparações entre os sexos das crianças, constatou-se que as mães de meninos relataram maior uso de monitoria negativa, e os meninos apresentaram escores mais altos de dificuldades gerais, problemas de conduta e problemas de relacionamento com os colegas, quando comparados às meninas, além de menos indicadores de comportamento pró-social. Identificou-se a presença de associações significativas da depressão materna com a predominância de práticas negativas, sintomas emocionais das crianças e nível socioeconômico baixo. Verificou-se, por meio das análises de covariância, que a depressão materna perdeu o efeito preditivo para os indicadores comportamentais ao se controlar os efeitos do sexo das crianças, mas manteve os efeitos preditivos para o aumento das práticas parentais negativas. Por meio da análise de regressão linear multivariada, o sexo masculino, a negligência, o abuso físico e a disciplina relaxada foram identificados como preditores do aumento de problemas comportamentais, sendo que o sexo masculino mostrou-se um risco mais importante do que a depressão materna para o aumento de problemas de comportamento. Considera-se que tais dados podem subsidiar o planejamento de programas de prevenção e intervenção para a população geral, com foco nas orientações de pais quanto às práticas parentais e à identificação de demandas específicas para meninos e meninas, contribuindo para minimizar os problemas de saúde mental maternos e infantis. |