Práticas parentais, histórico de adversidades na infância materna, senso de competência parental e comportamento de crianças na primeira infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Avezum, Marina Dias Macedo de Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-13052024-144636/
Resumo: O presente estudo examinou os efeitos de práticas parentais de mães, junto com histórico de adversidades na infância materna e senso de competência parental, no comportamento de crianças de dois a seis anos. A amostra incluiu 90 mães e filhos/ filhas. A idade média materna foi de 33 anos, predominantemente cor de pele branca (autodeclarada), união estável, ensino médio e nível socioeconômico médio (B/ C). A idade média das crianças foi de três anos, sendo 52% meninas. As práticas parentais foram avaliadas pela Escala ACT e Escala de Parentalidade e Ajustamento Familiar (PAFAS), as adversidades da infância materna pelo Questionário de Experiências Adversas na Infância (ACE), o senso de competência parental pela Escala de Senso de Competência Parental (PSOC), o comportamento das crianças pelo Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), as características sociodemográficas por Ficha de caracterização sociodemográfica e Critério de Classificação Econômica Brasil da Associação Brasileira de Empresas e Pesquisa (ABEP). Foram conduzidas análises de estatística descritiva e regressão linear múltipla, admitindo-se fator de inflação de variância<2 e nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que, na média, as mães apresentaram na escala ACT escores elevados em práticas parentais positivas de Disciplina Positiva e Comunicação e escore moderado em Regulação Emocional e Comportamental. Na escala PAFAS, os escores foram elevados em Encorajamento Positivo, Relacionamento entre Pais e Filhos e Ajustamento Parental e Familiar, e baixos em Inconsistência Parental e Práticas Coercitivas. Sobre o histórico de ACEs, 77% das mães informou pelo menos um tipo de adversidade e 32% quatro ou mais, mais frequentemente o abuso físico, a negligência emocional e o abuso de substâncias por familiares. As mães apresentaram bom senso de competência parental. 70% das crianças apresentou classificação normal no total de comportamentos e 96% no comportamento pró-social. O indicador de risco de problemas de comportamento na amostra foi de 30% (classificação limítrofe/ clínica). Nos modelos de regressão encontrou-se que o total de problemas de comportamento das crianças foi explicado significativamente por menor escore de Comunicação, Disciplina Positiva e Relacionamento entre Pais e Filhos nas práticas parentais (p<0,001). Especificamente, o menor escore de Disciplina Positiva e Relacionamento entre Pais e filhos associou-se com maior escore de problemas externalizantes (p=0,002) e menor escore de Disciplina positiva associou-se com maior escore de problemas internalizantes (p<0,027). O comportamento pró-social foi explicado por três modelos, que incluíram maior escore de Encorajamento Positivo, menor histórico de ACEs materno (menor escore total no questionário ACE, ausência de negligência emocional ou menos de quatro adversidades na infância, respectivamente), escolaridade materna no nível ensino médio e ser menina (p<0,001). Portanto, práticas parentais negativas foram fatores de risco para problemas de comportamento nas crianças na primeira infância. O encorajamento positivo nas práticas parentais e a ausência ou histórico materno com menos ACEs foram fatores de proteção para o comportamento pró-social das crianças. Investimento em programas centrados em fortalecer práticas parentais positivas e reduzir as negativas pode ser estratégia eficaz para reduzir problemas de comportamento na primeira infância.