Práticas educativas parentais de famílias nucleares intactas e o comportamento de crianças que convivem com a depressão materna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sebastião, Aline Sanches Politi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-17082017-165244/
Resumo: Conviver em família nuclear intacta tem sido considerado uma condição de proteção ao desenvolvimento infantil, sendo a convivência com a depressão materna e com práticas educativas parentais negativas reconhecidas como adversidades. Objetivou-se comparar e verificar as possíveis associações das práticas educativas parentais de mães e de pais de famílias nucleares intactas, diferenciadas em dois grupos, um com mães com indicadores de depressão e outro com mães sem indicadores de depressão, tendo como foco os aspectos comportamentais das crianças, em idade escolar. Avaliou-se 42 famílias nucleares intactas, compostas por pai, mãe e filho (a), distribuídas em: G1 17 famílias, cujas mães apresentaram indicadores atuais de depressão e G2 25 famílias, cujas mães não apresentaram indicadores atuais de depressão. As crianças, de ambos os sexos tinham idades entre oito e 10 anos, frequentavam o ensino fundamental em ano compatível com a idade, e por meio delas, nas escolas, identificou-se as famílias. Procedeu-se à coleta de dados em um único encontro com cada família, em sessões individuais, face a face, primeiro com o pai, seguida da mãe e criança. Com pais e mães aplicou-se o Inventário de Estilos Parentais e o Questionário de Capacidades e Dificuldades; com as mães, aplicou-se ainda o Questionário sobre a saúde do paciente e um Questionário Geral; e com as crianças aplicou-se o teste Matrizes Coloridas Progressivas de Raven. Os dados foram tratados por procedimentos estatísticos, adotando-se p0,05. Verificou-se com significância estatística que: 1. nas comparações mães e pais , as mães apresentaram mais práticas positivas que os pais ( mães = 21,60 e pais = 20,31) e mais monitoria positiva ( mães = 11,24 e pais = 10,10 ) ; 2. nas comparações de G1 em relação a G2, as mães de G1 avaliaram mais dificuldades comportamentais em suas crianças ( G1 = 15,35 e G2 = 10,20) , e apresentaram mais monitoria negativa ( G1 = 8,71 e G2 = 7,52) ; 3. nas comparações crianças com problemas de comportamento (CP) em relação as sem problemas (SP), as mães e pais apresentaram mais práticas negativas para as crianças com problema comportamentais (Mães- CP = 26,22 e SP =17,09; Pais- CP = 21,78 e SP = 17,18). Foram verificadas correlações significativas:1.nas avaliações das mães- entre problemas de comportamento das crianças e mais práticas educativas negativas (r=0,562) e menos prática educativa positiva (r=0,431), e ainda, a depressão materna apresentou correlação com Problema de Conduta (r=0,341); 2. nas avaliações dos pais- problemas de comportamento das crianças e mais disciplina relaxada (r=0,414) . Os dados evidenciaram que mesmo na condição de convivência em famílias nucleares intactas as crianças que convivem com a depressão materna estão expostas a mais práticas negativas, assim como as crianças com dificuldades comportamentais. Considera-se que tais dados podem contribuir para o planejamento de estratégias de prevenção e intervenção em saúde mental.