Depressão materna e comportamento de crianças: estressores, práticas parentais positivas e suporte social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Ana Paula Casagrande
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-28052015-181814/
Resumo: A depressão materna é reconhecida como uma adversidade ao comportamento infantil. O estudo se insere em lacunas apontadas pela literatura quanto à necessidade de abordar, de forma combinada, múltiplas condições contextuais de risco e proteção associadas à depressão materna. Objetivou-se identificar condições de risco e de proteção para problemas comportamentais de crianças que convivem com a depressão materna, em comparação a crianças que convivem com mães sem transtornos psiquiátricos, focalizando estressores, práticas parentais positivas e suporte social, e as possíveis associações entre essas variáveis. Avaliou-se 100 díades mães-crianças, distribuídas em dois grupos: G1 50 díades mães-crianças, cujas mães apresentaram história de depressão recorrente; e G2 50 díades mães-crianças, cujas mães não apresentaram transtornos psiquiátricos. A identificação das mães participantes foi feita junto a serviços de saúde de Ribeirão Preto - SP, e as crianças, de ambos os sexos, com idade entre sete e 12 anos, foram identificadas por meio de suas mães. Procedeu-se à coleta de dados com mães e crianças em situação individual face a face. As mães responderam aos seguintes instrumentos: (a) Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV; (b) Questionário Geral; (c) Questionário de Capacidades e Dificuldades; (d) Inventário de Recursos do Ambiente Familiar; (e) Escala de Eventos Adversos; (f) Escala de Adversidade Crônica e (g) Entrevista com Roteiro Semi-Estruturado para a avaliação de estressores, práticas parentais positivas e suporte social. As crianças responderam ao teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e ao Teste do Desempenho Escolar. Os instrumentos foram codificados conforme as normas técnicas e as entrevistas foram transcritas e codificadas, tendo por referência categorias pré-definidas. Para a análise dos dados, utilizou-se: Teste Exato de Fisher, Teste t-Student, Análise de Regressão Logística Bivariada e Correlação de Pearson, adotando-se o nível de significância de p 0,05. Verificou-se nas comparações entre os grupos, que G1 apresentou significativamente mais indicadores de problemas comportamentais das crianças (x G1 = 15,12 e x G2 = 9,08), mais eventos adversos (x G1 = 14,08 e x G2 = 8,38), mais adversidades crônicas (x G1 = 3,92 e x G2 = 2,22), mais estressores no total (x G1 = 29,63 e x G2 = 17,91), menos recursos do ambiente familiar (x G1 = 57,76 e x G2 = 62,12), menos práticas parentais positivas envolvendo sensibilidade ao outro (x G1 = 70,00 e x G2 = 90,00) e menos suporte social no total (x G1 = 33,19 e x G2 = 37,14). Identificaram-se correlações moderadas e significativas dos problemas comportamentais das crianças de G1 com: estressores relacionados às crianças, suporte social total e proveniente da rede de apoio; e de G2 com: estressores total e referentes ao contexto geral, ao contexto familiar e relacionados às crianças, práticas parentais positivas total e envolvendo sensibilidade ao outro. Verificou-se a presença de múltiplas adversidades no ambiente familiar de convivência com a depressão materna, caracterizando um contexto com risco cumulativo, tendo o suporte social se caracterizado como uma condição de proteção para tais famílias. Considera-se que tais dados podem contribuir para o planejamento de estratégias de prevenção e intervenção em saúde mental materna e infantil.