Práticas parentais e comportamento de crianças: efeitos de um programa de parentalidade presencial e remoto e dos indicadores de depressão, experiências de adversidades na infância e temperamento materno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lotto, Camila Regina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-05012024-141753/
Resumo: A presente tese reúne três estudos. Estudo 1: examinou os efeitos do Programa ACT-Para Educar Crianças em Ambientes Seguros nas práticas parentais maternas, no senso de competência e nos comportamentos das crianças, comparando as formas de aplicação presencial e remota. A amostra incluiu 89 mães e seus/suas filhos/filhas de 1 a 6 anos (51 no grupo presencial e 38, grupo remoto). Aplicou-se o ACT durante 8 sessões em grupo e as avaliações pré- e pós-intervenção com os Questionários ACT e Parenting and Family Adjustment Scale (PAFAS), para avaliar as práticas parentais, Parenting Sense of Competence Scale (PSOC), para avaliar o senso de competência parental e o Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) para avaliar o comportamento das crianças. Realizou-se a ANOVA para examinar os efeitos do ACT nos dois formatos, presencial e remoto. Os dados foram processados pelo Statistical Package for Social Sciences (SPSS, versão 23.0; p ≤ 0,05). Verificou-se que, independentemente do formato, o ACT apresentou efeitos positivos em melhorar a regulação emocional/comportamental e comunicação, relacionamento entre mães-filhos e senso de competência parental das mães, assim como reduzir as práticas coercitivas. Adicionalmente, as mães de ambos os grupos perceberam a diminuição dos problemas de comportamento das crianças. Estudo 2: examinou os efeitos do ACT nas práticas parentais maternas e nos problemas de comportamento de crianças, em grupos diferenciados pela presença de sintomas de depressão e de histórico de adversidades na infância materna. A amostra e a coleta de dados foram as mesmas do Estudo 1, com mais dois questionários respondidos na pós-intervenção, o Adverse Childhood Experience Questionnaire (ACE), para avaliar as experiências adversas na infância e o The Patient Health Questionnaire (PHQ-9), para avaliar os indicadores de depressão. Realizou-se a ANOVA (p ≤ 0,05). Independentemente dos indicadores de depressão e das experiências adversas na infância materna, o ACT apresentou efeitos em melhorar a regulação emocional/comportamental, o relacionamento entre mães-filhos e o senso de competência parental das mães, assim como reduzir as práticas coercitivas. Adicionalmente, as mães perceberam a diminuição dos problemas de comportamento das crianças. Estudo 3: examinou a associação entre as práticas parentais, associadas ao temperamento materno, e os problemas de comportamento de crianças. Utilizou-se uma subamostra do Estudo 1, com 50 mães e as crianças de 2 a 6 anos. Realizou-se a aplicação do ACT e PAFAS, para avaliar as práticas parentais, Adult Temperament Questionnaire (ATQ), para avaliar o temperamento materno, e SDQ, para avaliar o comportamento das crianças. Realizou-se análises de regressão linear múltipla (p ≤ 0,05). Os resultados mostraram que práticas parentais maternas com menos disciplina positiva e encorajamento, associadas ao temperamento materno com menos controle com esforço, predisse os problemas de comportamento das crianças. Em conclusão, o ACT foi efetivo em ambas as formas, presencial e remota, em amostras de mães com indicadores de depressão e histórico de adversidades na infância. Além disso, verificou-se a importância de avaliar o temperamento materno em associação às práticas parentais para melhor compreensão dos problemas de comportamento das crianças. Esses achados contribuem para a área de programas de parentalidade.