Epístolas e cultura política no reino de Carlos, o calvo: o abade Lupo de Ferrières (829 - 862)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sobreira, Victor Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11012018-175941/
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo compreender o papel político dos abades no reino franco ao longo do governo de Carlos, o calvo, a partir das cartas escritas por Lupo de Ferrières durante mais de trinta anos. A escolha desse personagem e dessa fonte se justifica, primeiro, pela sua unicidade e pela importância que esse conjunto de cartas tem na historiografia. Nenhum historiador que aborde o período pode ignorar um texto tão rico em detalhes. Segundo, Lupo esteve envolvido nas principais questões do seu período: participou de batalhas na Aquitânia, negociou com os Bretões, serviu como representante real em Roma, envolveu-se no debate da predestinação em torno de Godescalco, foi autor de hagiografias e compilações jurídicas, além de ter se tornado uma referência no seu tempo em questões como gramática e astronomia. Diferentemente dos documentos prescritivos, como capitulários, concílios e regras monásticas, que constroem uma imagem do que era esperado dos abades, a leitura do epistolário de Lupo permitiu analisar suas ações concretas, assim como a imagem que ele quis deixar por meio de suas cartas. Essa abordagem não poderia ser feita sem antes analisar o contexto de produção e envio desses textos, como também os problemas em torno da escrita e seleção dos documentos que fazem parte dessa coleção. Afinal, o próprio fato de escrever uma carta era um ato político e para seu envio era necessário dispender muitos recursos. Dessa forma, a partir da análise conjunta da cultura epistolográfica e da cultura política do reino de Carlos, o calvo, pretende-se contribuir para uma melhor compreensão do papel do abade naquele período.