Poder e violência política no reinado de Carlos, o Calvo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Isabela Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-07102022-102031/
Resumo: O objetivo desta pesquisa é de analisar o papel da violência política no governo de Carlos, o Calvo, o rei da dinastia carolíngia entre 838-877 na porção ocidental do Império. O estudo se concentra na violência associada à competição por poder no século IX, envolvendo o rei do Oeste, os outros governantes carolíngios e os membros da alta aristocracia, em disputas pelo controle de regiões; pelo título imperial; pela sucessão ao trono e por postos na administração. A hipótese do trabalho é de que, frente aos conflitos familiares carolíngios, bem como ao problema da infidelidade aristocrática, Carlos, junto a apoiadores, sustentou diversas práticas de violência política contra os seus oponentes. Defende-se, aqui, que isso visava assegurar o controle sobre a sucessão ao trono; o governo de regiões rebeldes; a manutenção da integridade do reino e ainda a sua expansão. Essa atitude do rei contrariava, todavia, uma tradição carolíngia de valorização da misericórdia no exercício do poder monárquico e a preocupação de líderes como Carlos Magno e Luís, o Piedoso em impedir o emprego de punições entre os membros da dinastia. Esta pesquisa pretende analisar a natureza das práticas violentas de Carlos, em que contexto foram aplicadas e como foram interpretadas pelos contemporâneos. Para isso, estuda-se o léxico e o tratamento da violência política em três obras produzidas no século IX a Oeste do Império: os Anais de Saint-Bertin, redigidos pelo bispo Prudêncio de Troyes e pelo arcebispo Hincmar de Reims; o Manual de Duoda, redigido por uma aristocrata do Sudeste da Francia e as Histórias de Nitardo, um conselheiro, historiador e guerreiro de Carlos. O estudo comparativo dessas obras permite analisar o fenômeno da violência a partir de pontos de vista diversos, entre escritores que tiveram relações diferentes com o rei. A partir das justificações ou críticas dadas às ações violentas régias, ainda é possível depreender as funções, os direitos e os deveres que os escritores associaram ao poder monárquico no período de Carlos