Realismo e trauma no cinema contemporâneo: um estudo de O ato de matar e Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rossi, Joyce de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-19122023-110121/
Resumo: Esta dissertação se propõe a investigar manifestações do realismo no cinema contemporâneo, tendo como ponto de partida os filmes O ato de matar, de Joshua Oppenheimer (The Act of Killing/ Jagal, Reino Unido/ Dinamarca/ Noruega/ Indonésia, 2012) e Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas, de Apichatpong Weerasethakul (Lung Bunmi Raluek Chat, Tailândia/ França/ Alemanha/ Espanha, 2010). Nossa hipótese é a de que esses filmes aliam um impulso realista à dimensão do trauma, o que ao mesmo tempo reforça e atenua seu comprometimento com o real quotidiano e histórico. Em um primeiro momento, objetiva-se analisar as relações entre realismo e trauma a partir da fantasmagoria conjurada na diegese de O ato de matar. Essa fantasmagoria emerge a partir da articulação fílmica engendrada por Joshua Oppenheimer, seus colaboradores e personagens, levando à denúncia da presença de fantasmas do genocídio indonésio dos anos 1960 na contemporaneidade. Isso possibilitará uma aproximação, por comparação e contraste, com o filme Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas, que, assim como O ato de matar, conta com a presença de fantasmas em sua diegese, apontando para um passado recente traumático na Tailândia dos anos 1960, ainda latente na experiência do dia a dia do país. Conforme iremos sugerir, ambas as obras lançam mão de procedimentos de linguagem realistas, em termos bazinianos (cinema documental, profundidade de campo, plano-sequência, atores não profissionais, ênfase na contemporaneidade e no quotidiano), e ao mesmo tempo trazem à tona um passado recente traumático e seus respectivos fantasmas.