Do realismo teórico ao realismo de entidades : Karl Popper e Ian Hacking
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
Brasil FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA Programa de Pós-Graduação em Filosofia UFMG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/45846 |
Resumo: | A dissertação a seguir tem como objetivo empreender uma análise do realismo científico, tendo como referência o realismo teórico de Popper, que visava combater a postura instrumentalista de Osiander, Berkeley e seus sucessores proponentes da mecânica quântica e do positivismo lógico; e o realismo de entidades de Hacking, núcleo da proposta final deste trabalho. Inicialmente, vamos descrever as origens da discussão que envolve o problema do realismo científico e o antirrealismo instrumentalista mediante as principais teorias da ciência moderna do século XVII, tais como o sistema astronômico de Copérnico, as leis do movimento de Galileu e a mecânica de Newton. No segundo capítulo, a discussão será aprofundada de um ponto de vista mais filosófico à luz de Popper (1963), que mostrará as fraquezas e os aspectos eficientes do instrumentalismo, elaborando uma doutrina epistemológica denominada de essencialismo modificado, um realismo científico desprovido do comprometimento com teorias finais e conclusivas, assumindo que as teorias científicas são conjecturais e provisórias. Popper (1972) incorporou a teoria da verdade de Tarski (1944) e implementou a noção de verossimilhança para falar acerca da aproximação de verdade das teorias cientificas. Entretanto, conforme veremos, esse projeto foi refutado. Na sequência será formulada uma separação entre o realismo teórico, centrado na verdade das teorias e o realismo de entidades, pautado na experimentação regular de entidades inobserváveis a fim de interferir na natureza, em concordância com a perspectiva do filósofo Ian Hacking que no livro Representing and Intervening (1983), justifica o realismo científico por intermédio das entidades inobserváveis cujo poder de manipulação fornece a melhor evidência para argumentar em prol do realismo científico. Visualizaremos com maior ênfase as ideias que norteiam a posição de Hacking e as suas vulnerabilidades a partir das críticas que ela recebeu, para finalmente assumi-la como uma ideia vantajosa para o realismo científico de modo geral. |