A coragem da literatura: ética e estética em Los detectives salvajes, de Roberto Bolaño

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Nicolette, Ana Patrícia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-19082016-150453/
Resumo: Este trabalho analisa a obra do chileno Roberto Bolaño (1953-2003) sob a ótica da coragem, vislumbrada como traço marcante dos personagens bolanianos e entendida pelo autor como requisito da literatura de qualidade, que supõe a proximidade da arte com uma espécie de abismo. Num primeiro momento, perguntamo-nos sobre quais seriam os perigos que, de acordo com Bolaño, rondariam a literatura e que exigiriam do escritor uma atuação corajosa. Para isso, valemo-nos de romances como Amuleto e Estrella distante, do conto El Ojo Silva e das intervenções críticas de Bolaño. Posteriormente, nos centramos na obra Los detectives salvajes, que retoma procedimentos narrativos e cânones - como as vanguardas e as neovanguardas - considerados corajosos por sua inovação formal, pela crítica às instituições e pela formulação de uma estética que se entrelaça com uma ética. Nesse mesmo processo, verificamos que o autor diagnostica a perda de espaço desses procedimentos corajosos no cenário literário contemporâneo, pautado pelo abandono das utopias e pelas exigências do mercado literário. Vemos que a obra caminha para a elaboração de uma ética possível nesse novo contexto, e que será marcada pela recusa da estabilidade, que se traduz em deslocamento geográfico e linguístico.