Identidad narrativa en “detectives” de Roberto Bolaño y “el espejo” de Machado de Assis
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por spa |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/3705 |
Resumo: | Nas histórias de vida, estão constituídas as diferentes instâncias que indicam as identidades dos que executam a ação, ou seja, os personagens. Apesar disso, tais instâncias costumam estar emaranhadas com o texto, no ambiente e na ação mesma. Numa última análise, estão ocultas pelo lugar primordial que, em vários momentos, tacitamente, se outorga ao desenvolvimento da trama. Além disso, as identidades mesmas estão configuradas na, e desde a, construção da trama, já que é na narração dos acontecimentos – na elaboração e no desenlace do conflito dramático – que se revela o “quem” do texto. Paul Ricoeur (1996c) propõe que o reconhecer e recuperar a identidade de quem conta se estabelece a partir da narrativa. No processo de leitura e de empreender esta busca, aparece que ditas identidades – o “quem” em um sentido amplo – estão estabelecidas nos diálogos, nas lembranças e, inclusive, na opinião que um personagem tem do outro. Ao analisar os momentos de configuração narrativa na trama, podem aparecer desdobramentos de identidade que não se contemplam na execução de uma leitura superficial. Poderá surgir, por exemplo, aquilo que está em jogo quando um personagem narra sobre uma experiência própria: Quem é o narrador e quem é o narrado?; São a mesma pessoa?; Compartilham a mesma identidade? Ao ler um conto sem narrador, escrito completamente em diálogos, poderão aparecer perguntas do tipo: Quem ou o que estabelece a identidade dos personagens?; Na falta de um narrador, por meio de que recursos se conhece a identidade dos personagens? Enquanto os desdobramentos da identidade narrativa trazem consigo estas interrogações, também se entreveem estados de alteridade, por exemplo, em um personagem que não reconhece a si mesmo frente a um espelho, ainda que saiba que é seu próprio reflexo. Nestas situações, a tensão da identidade, que progressivamente se converte em latência, chega a um ponto em que se concretiza numa alteridade e desestabiliza – ainda que por pouco tempo – toda a recomposição da identidade conquistada até o momento. Estará, então, na narrativa o recuperar a noção de “quem” dos personagens que dialogam. Este trabalho busca desentranhar as instâncias de configuração de identidade, seus desdobramentos e as manifestações de alteridade e intersubjetividade nos contos “O espelho”, de Machado de Assis, e “Detectives”, de Roberto Bolaño. Utiliza nas análises as teorias que integram o discurso narrativo com a experiência humana, especificamente as de Paul Ricoeur, incorporando por sua vez estudos literários sobre a intersubjetividade |