Voz, sentido e experiência em Los detectives salvajes, de Roberto Bolaño

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Simões, Clarisse Lyra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-11032014-100555/
Resumo: Esta dissertação propõe uma leitura crítica do romance Los detectives salvajes, publicado em 1998 pelo chileno Roberto Bolaño. Minha leitura investiga como o romance problematiza a tríade verdade - sentido - experiência através de um jogo com a opacidade que elide a sua linguagem (segundo alguns críticos) transparente. Para tanto, divido o trabalho em três momentos. No primeiro, analiso o cruzamento de vozes que o romance põe em cena, tomando-o como uma forma de dramatização da verdade. A partir do conceito de voz, que pauta essas reflexões, estabeleço também uma ponte para pensar a tensão com a poesia que o livro coloca, em uma abordagem que visa ultrapassar a mera exposição da tematização da vida desmesurada dos poetas. No segundo momento, indago a promessa de sentido que a narrativa faz: para além do uso do mistério e do enigma como motores da leitura, que é impulsionada pela iminência de uma revelação que não se produz, exploro suas consequências como procedimentos específicos de construção do sentido. No terceiro momento, pondero como, apesar de ser um relato associado ao fracasso ideológico de uma geração, Los detectives salvajes parece conservar ou criar um lugar para a esperança e para o acontecimento de experiências verdadeiramente autênticas, sob a forma de sobrevivências ou de intervalos. Tomando, portanto, as ideias de voz, sentido, verdade, centro, experiência, sujeito e enigma como caminhos, vias, o trabalho interroga as lições que o romance de Bolaño lega à literatura por vir.