Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Lima, Carolina Mousquer |
Orientador(a): |
Poli, Maria Cristina Candal |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/25850
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Resumo: |
A presente dissertação é resultante da experiência em distintos espaços clínicos com pacientes psicóticos e, em especial, em oficinas terapêuticas de música. A escrita busca investigar os possíveis efeitos do trabalho com a música na clínica da psicose. Para tanto, a primeira parte do trabalho trata de entrar em compasso com o leitor, situando-o com relação àquilo que entendemos por estruturação psicótica desde a perspectiva psicanalítica. É desde essa mesma perspectiva que situamos o campo de experiência e o método da pesquisa. Nesse sentido partimos de duas questões principais: uma delas diz respeito à narração, enquanto possibilidade de transmissão da experiência do inconsciente; a outra, ao caráter ficcional do que se produz a partir da experiência clínica. Apoiados em Freud, principalmente através do texto Construções em Análise, de 1937, é que sustentamos a forma de apresentação do que intitulamos “Memórias da Clínica”. Três fragmentos da experiência clínica colocam em relação as questões centrais do trabalho: a clínica da psicose e a música. A primeira memória acontece em uma oficina de música, inserida em um CAPS da cidade de Porto Alegre. No dilúvio de palavras de Julia escutamos o aprisionamento à palavra do Outro e a possibilidade de que, através da música, o sujeito possa tomar a palavra, colocando-se mais em consonância com o tempo do Outro e dos outros A segunda, surgida em um acompanhamento terapêutico, nos coloca a seguinte pergunta: como calar o Outro? Aqui também foi através da música que essa possibilidade surgiu. E, finalmente, a terceira memória cujo contexto é a escuta individual de uma paciente em uma clínica-escola. Nessa cena a voz, enquanto puro objeto, assegura uma função de presença. As memórias nos levaram aos caminhos da constituição do sujeito. Tendo a psicose e a música como guias, nos aventuramos por um percurso de pesquisa que reuniu operadores conceituais essenciais na aposta de que um sujeito pode advir, tais como: pulsão invocante, o fort-da, o espelho, alíngua. Trabalhar com a espera e com a abertura de intervalos é um desafio constante na escuta de psicóticos. Em nossa experiência, a música mostrou-se uma via potente nesse trabalho de criar intervalos. Através das variações do objeto da pulsão invocante que a música coloca em jogo, a palavra pode voltar a circular. Dar a palavra ao sujeito: não é disso que se trata na psicanálise? E que efeitos pode ter a música nessa operação? Dessa análise decanta a questão do silêncio, enquanto um elemento essencial na direção do tratamento nas psicoses. |