Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Diniz, Patrícia Barcellos |
Orientador(a): |
Fagondes, Simone Chaves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/198960
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Resumo: |
Introdução: A alimentação consiste em uma habilidade que amadurece durante os dois primeiros anos de vida e mediante um processo sensório-motor altamente complexo, com estágios de desenvolvimento baseados na maturação neurológica e no aprendizado experiencial. É um processo amplo e que exige interações complexas entre fatores genéticos, biológicos, psicológicos, socioculturais, familiares e ambientais que podem interferir no desenvolvimento de hábitos e comportamentos alimentares saudáveis. Devido a essas relações serem complexas e se inter-relacionarem, modelos biopsicossociais têm prevalecido nos esforços para entender a conexão entre esses componentes. As dificuldades alimentares na infância são um problema que pode ser grave e resultar em consequências orgânicas, nutricionais e emocionais importantes. Caracterizam-se por comportamentos específicos e disfuncionais durante a alimentação, não incluindo, necessariamente, problemas de deglutição. Conforme já estabelecido na literatura, dificuldades alimentares em crianças são um problema clínico de alto impacto e têm consequências extremamente negativas para a criança e a família. A interferência na alimentação infantil está associada a efeitos nocivos no desenvolvimento social, emocional, físico e cognitivo da criança e afeta significativamente o bem-estar e a vida familiar dos pais. Os problemas alimentares encontram-se presentes em 20 a 35% da população pediátrica em geral. Quando tal população é composta por crianças com atrasos no desenvolvimento, nascimento prematuro e condições médicas complexas, a frequência dos problemas alimentares pode ocorrer em até 80% dos casos. Devido à prevalência e às consequências negativas das dificuldades alimentares na infância, os profissionais da saúde que trabalham com essa população precisam ter acesso a um instrumento de rastreamento, de aplicabilidade clínica, válido e confiável, que possa verificar rapidamente as queixas dos pais sobre as dificuldades alimentares de seus filhos, identificando a criança em risco e verificando a necessidade de mais profunda avaliação e posterior tratamento. Ainda que na literatura sejam encontrados instrumentos validados e com medidas psicométricas estabelecidas, que têm como objetivo identificar as dificuldades alimentares na infância, como por exemplo o Inventário de Comportamento Alimentar de Crianças (Children’s Eating Behavior Inventory – CEBI) e a Escala de Avaliação Comportamental de Alimentação Pediátrica (Behavioral Pediatrics Feeding Assessment Scale – BPFAS), a rápida identificação dos problemas não é por eles favorecida. No Brasil não existem questionários validados para identificação de dificuldades alimentares na infância. Desse modo, em face da ausência de instrumentos deste tipo e considerando a dimensão do problema e o impacto negativo das dificuldades alimentares na criança e em seus pais, é que se faz necessária a validação de um instrumento de rastreio de aplicação pelos profissionais de saúde que permita detectar tais problemas o mais cedo possível. Objetivos: Realizar a validação e adaptação transcultural da escala Montreal Children´s Hospital Feeding Scale – MCH-FS para língua portuguesa falada no Brasil. Métodos: A versão brasileira da escala, originalmente validada e testada no Canadá, foi desenvolvida a partir das seguintes etapas: (a) tradução, (b) montagem de versão unificada, (c) teste da versão em inglês e da versão unificada em português, (d) retrotradução, (e) análise por experts e autora do questionário original, e (f) aplicação da versão final em estudo. A escala foi aplicada em 242 pais/cuidadores responsáveis pela alimentação de crianças, de 06 meses a 06 anos e 11 meses de idade, no período compreendido entre de fevereiro a maio de 2018, sendo 174 no grupo controle e 68 no grupo dos casos. As propriedades psicométricas avaliadas foram: validade e confiabilidade. Resultados: No grupo dos casos, 79% dos pais relataram dificuldades alimentares, e no grupo controle, 13%. A versão brasileira da escala MCH-FS apresenta consistência interna com Alpha de Cronbach de 0,79, com o ponto de corte sugerido, que é de 45, sensibilidade do Raw escore foi de 79,4%, especificidade de 86,8%, e a área sob a curva ROC do Raw escore foi de 0,87. Conclusão: Os dados obtidos na validação da escala de triagem MCH-FS para o português falado no Brasil evidenciaram medidas psicométricas adequadas podendo neste contexto ser utilizada para auxiliar a identificação das dificuldades alimentares em crianças brasileiras. |