Tradução, adaptação transcultural e validação da Langer Mindfulness Scale de avaliação de Mindfulness

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fernandes, Maria Neyrian de Fátima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-19112019-194200/
Resumo: A desconexão com o mundo real é um dos muitos desafios a serem enfrentados para alcançarmos a convivência harmônica com os mundos exterior e interior. É nesse contexto social da atualidade que a atenção plena, também conhecida como mindfulness, vem conquistando espaço. Mindfulness é uma habilidade metacognitiva que pode ser desenvolvida com a prática. Na perspectiva conceitual do mindfulness da psicóloga Ellen Langer, o cultivo da atenção plena tem o intuito de promover a melhoria da eficácia pessoal diante das situações do cotidiano por meio de estratégias da psicologia positiva. A maioria dos intrumentos desenvolvidos para avaliar as intervenções baseadas em mindfulness e mensurar os níveis de mindfulness na população seguem as tradições orientais onde a meditação ocupa uma posição importante. Para preencher a lacuna de instrumentos com foco na cultura ocidental, foi elaborada a Langer Mindfulness Scale (LMS), composta por 21 itens divididos em quatro subescalas que avaliam o mindfulness de forma não meditativa. Dessa forma, o objetivo geral deste estudo foi o de realizar a tradução e adaptação cultural, e validar e testar as propriedades psicométricas de construto da escala LMS para o português do Brasil. Tratase de um estudo metodológico cujo processo envolveu duas fases: (1) processo de adaptação cultural e (2) avaliação das propriedades psicométricas do LMS. O processo de adaptação cultural da escala pautou-se em seis estágios sequenciais: tradução, fusão da tradução, retrotradução, comitê de juízes, pré-teste e envio da escala para avaliação dos autores do instrumento original. Os dados coletados foram analisados por meio da versão 25 do SPSS e do software R através da interface RStudio. As propriedades psicométricas foram avaliadas em uma amostra auto-selecionada de 543 pessoas da população geral. Foram analisados os padrões de correlação dos dados, a análise fatorial exploratória, análise fatorial confirmatória, a confiabilidade, a validade de construto convergente e discriminante e a comparação entre grupos distintos. Os resultados mostraram que dos participantes, 74,6% eram do sexo feminino, a idade variou entre 18 e 70 anos, com média de 36,4. A maioria (72%) dos participantes possuía pós-graduação, a profissão predominante foi professor (23%), seguido de enfermeiros (22,7%), servidores públicos (22,7%) e estudantes (6,8%), com os demais (24,8%) distribuídos em uma variedade de profissões, desde diarista até magistratura federal. A análise fatorial confirmatória revelou que o modelo com 19 questões apresentou um ajustamento bom e uma melhora no alpha de Cronbach da subescala envolvimento da LMS quando comparado com o modelo original de 21 itens. A partir dos achados deste estudo, chegamos à conclusão que a versão brasileira da LMS composta por 19 itens confirma as quatro dimensões da versão original e apresentou boas propriedades psicométricas no contexto cultural da população brasileira. Os resultados mostram que existe uma relação positiva entre mindfulness de acordo com a teoria de Langer, a qualidade de vida e o cultivo de atividades criativas