Versão brasileira da cardiac depression scale: adaptação transcultural e validação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Alves, Winnie da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-09122019-184739/
Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de mortalidade na população mundial e brasileira e está associada a morbidade psiquiátrica, como a depressão. A presença de depressão em indivíduos com DCV tem impacto negativo na adesão terapêutica, e é fator preditivo para novos eventos cardíacos, entre outras complicações. Acredita-se que os sintomas depressivos sejam subnotificados, muitas vezes por erros de avaliação causados por instrumentos de medidas não específicos para esta população. A Cardiac Depression Scale (CDS) foi desenvolvida com o objetivo de fornecer uma mensuração confiável de sintomas depressivos mais comumente encontrados nesta população. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural (ATC) e validação da CDS para a língua portuguesa falada no Brasil. Método: Por meio de um estudo psicométrico foi feita a ATC e a validação de conteúdo, constructo e critério (concorrente convergente e preditivo) da CDS para língua portuguesa falada no Brasil. Para a validação, participaram do estudo 300 indivíduos portadores de DCV, que realizam tratamento em hospital referência em tratamento cardiológico, na cidade de São Paulo. A validade de construto foi analisada por meio de Análise Fatorial Exploratória (AFE) e Confirmatória (AFC). A validade de critério concorrente convergente realizou-se por meio da correlação do escore da CDS com o escore do Inventário de Depressão Beck II (BDI-II), para adultos, e com o escore da Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens (GDS15), para idosos. Os dados foram analisados por meio dos softwares: SPSS v22 e Factor 10.9.1. Resultados: No processo de ATC, a versão brasileira da CDS (CDS-Br) resultou em uma versão equivalente à versão original, com 26 itens. Observou-se concordância de 85% na análise de equivalências e um IVC Global de 0,77. Pela AFE e AFC verificou-se que a melhor estrutura fatorial da CDS-Br é alcançada com a remoção de 6 itens ruidosos. A versão com 20 itens é unidimensional possui boa estrutura de constructo (com cargas fatorais > 0,50 e comunalidade >0,30), confiabilidade (=0,930; =0,930) e ótimo ajustamento do modelo (X²:403.651; CFI:0,976; GFI: 0,964; AGFI: 0,960; RMSR: 0,089 e RMSEA: 0,068). A versão abreviada com 5 itens, CDS-Br-SF, também é unidimensional, explica 68,9% do fenômeno e apresenta ótima solução fatorial global e ajustamento do modelo (X²: 6,051; CFI: 0,997; GFI: 0,996; AGFI: 0,992; RMSR: 0,038; RMSEA: 0,027)e confiabilidade limítrofe (=0,740; =0,730). Ambas as versões (com 20 itens e com 5 itens) apresentam ótima correlação com os escores de depressão BDI-II e GDS15 e boa capacidade preditiva para o diagnóstico médico de depressão e para a detenção de sintomas depressivos pelo BDI-II e GDS-II. Conclusão: A CDS-Br é uma escala de 20 itens que apresenta boas evidências de validade de conteúdo, de constructo e de critério, apesar de ainda carecer de refinamento de estrutura. A CDS-Br-SF parece reunir melhores evidências de validade para a detecção de sintomas depressivos em indivíduos com DCV.