Ausência de vírgulas em bate-papos virtuais produzidos por crianças: um enfoque prosódico-discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Luiz Sobrinho, Viviane Vomeiro [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/86562
Resumo: Fundamentado na noção de heterogeneidade da escrita (CORRÊA, 2004) e de gêneros do discurso (BAKHTIN, 1997), este trabalho objetiva descrever as características linguísticas de um conjunto de “conversas” on-line coletadas em um bate-papo virtual em aberto destinado a crianças entre 08 e 12 anos de idade. Com enfoque na pontuação e, principalmente, na ausência de vírgulas (em lugares em que vírgulas poderiam ser utilizadas pelos escreventes), observa-se que os usos não-convencionais de vírgulas, nos enunciados digitais, evidenciam o trânsito do escrevente de bate-papo virtual entre práticas orais/faladas e práticas letradas/escritas. As ausências de vírgulas, como recurso de pontuação, foram sistematizadas em duas regularidades mais gerais: ausência total de vírgulas e “quebras de linhas”. É possível observar essas regularidades ora como “marcas” da relação entre oralidade/fala e letramento/escrita, empreendida pelo escrevente, e ora como tentativas de “apagamento” de uma possível relação (intersemiótica) que poderia ser estabelecida entre oralidade/fala e letramento/escrita por meio do uso (convencional) de vírgulas. Para estabelecer recurso de comparação entre os aspectos orais/falados e a ausência de vírgulas na escrita digital, utiliza-se, como ferramenta de análise, o modelo de fonologia prosódica (NESPOR & VOGEL, 1986). A hierarquia prosódica – sobretudo, as características dos constituintes mais altos, frase entoacional e enunciado fonológico – serve como critério metodológico para a comparação entre ritmo da fala, organizado pelos constituintes prosódicos, e ritmo da escrita (CHACON, 1998), organizado pelos sinais de pontuação. Na análise de dados, buscou-se uma abordagem qualitativa e quantitativa, a qual possibilitasse a apreensão tanto...