Aspectos clínicos e virológicos da infecção de bezerros por um isolado brasileiro do vírus da diarreia viral bovina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Quadros, Luana Marchi
Orientador(a): Brum, Mário Celso Sperotto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/500
Resumo: O vírus da diarreia viral bovina (BVDV) é considerado um importante patógeno de bovinos e está amplamente disseminado no rebanho brasileiro. A transmissão do vírus ocorre por contato direto e indireto entre animais infectados e animais susceptíveis, sendo que os animais persistentemente infectados são fundamentais na manutenção do vírus no rebanho. A reprodução experimental da infecção possibilita o estudo dos parâmetros clínicos e virais, bem como o estabelecimento de parâmetros para testes de diagnóstico, de vacinas e a determinação de medidas de controle. Com o objetivo de estudar a patogenicidade de uma amostra brasileira de BVDV-1a 241.10, quatro bovinos foram inoculados pela via intranasal com uma suspensão viral contendo 107,2 TCID50/ml. Um animal não inoculado foi mantido em contato para avaliar a transmissibilidade. Após a inoculação, os animais foram monitorados diariamente para observação de sinais clínicos. Amostras de secreções nasais foram coletadas nos dias -3 ao 15 dias pós-inoculação (pi) e sangue nos dias -2, 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12 e 14 pi para detecção da presença viral por isolamento em cultivo celular. A contagem dos leucócitos totais foi realizada em diferentes momentos nos dias -3, 0, 3, 6, 9, 12 e 15 pi. A detecção de anticorpos foi realizada no soro em intervalos de 7 dias até o dia 42 pi. Após a inoculação não foram observados sinais clínicos evidentes, apenas secreção nasal e ocular serosa entre os dias 1 e 5 pi e tosse discreta entre os dias 2 e 4 pi. A temperatura corporal teve um leve aumento entre os dias 4 e 6 pi. O animal controle não desenvolveu nenhum dos sinais observados no grupo infectado. A detecção viral no sangue revelou a presença de viremia entre os dias 4 e 8 pi e nas secreções nasais entre os dias 1 até 10 pi. O vírus não foi isolado no sangue e secreção nasal do animal contato, demonstrando ausência da transmissão. Nos animais inoculados observou-se uma redução na contagem total de leucócitos entre os dias 3 e 12 dpi. Anticorpos neutralizantes foram detectados inicialmente no dia 14 pi em todos os animais inoculados e permaneceram até o dia 42 pi. A detecção de anticorpos anti-p80 não-estrutural ocorreu em dois animais no dia 14 pi e no dia 42 pi todos os animais soroconverteram. O animal controle não desenvolveu anticorpos em nenhum momento. Assim sendo, conclui-se que a amostra de BVDV utilizada na infecção experimental possui baixa patogenicidade e reduzida capacidade de transmissibilidade para os animais em contato. Desta forma, a disseminação da infecção pode ocorrer na população bovina de forma discreta e de difícil percepção.