Detecção molecular e sorológica de pestivírus de ruminantes em bovinos do Norte e Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Baumbach, Leticia Ferreira
Orientador(a): Canal, Cláudio Wageck
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247957
Resumo: A atividade agropecuária brasileira desempenha um importante papel na economia global e a bovinocultura tem sido um ponto estratégico para o desenvolvimento deste setor. Apesar de sua importância, o rebanho bovino brasileiro enfrenta grandes desafios sanitários. As doenças infectocontagiosas, principalmente as doenças virais, comprometem tanto a saúde quanto a produtividade dos animais. Os pestivírus de ruminantes são considerados agentes de grande importância na bovinocultura, em decorrência das perdas econômicas que causam em rebanhos de corte e leite em todo mundo. É fundamental monitorar a sanidade dos rebanhos e conhecer a epidemiologia dos agentes infecciosos para desenvolver programas de prevenção e controle eficientes. O gênero Pestivirus, família Flaviviridae, apresenta três espécies com importância na bovinocultura: Pestivirus A (vírus da diarreia viral bovina 1, BVDV1), Pestivirus B (vírus da diarreia viral bovina 2, BVDV2) e Pestivirus H (HoBi-like pestivirus, HoBiPev). Essa variabilidade genética implica em desafios para detecção, prevenção e controle dos pestivírus nos rebanhos bovinos. Em algumas regiões brasileiras essa variabilidade genética já é bem descrita, como no Sul, sudeste e CentroOeste. Entretanto, faltam informações sobre a diversidade de pestivírus em regiões onde a bovinocultura, apesar de ser uma atividade recente, está em constante expansão e representa um alto impacto econômico, como nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Com o objetivo de aumentar os dados epidemiológicos e compreender a diversidade genética e antigênica dos pestivírus nestas Regiões, analisou-se o soro sanguíneo de 955 bovinos oriundos dos estados do Amazonas (AM), Amapá (AP), Pará (PA) e Roraima (RR). A presença de anticorpos foi investigada através da técnica de soroneutralização (SN) comparada contra o BVDV-1, BVDV-2 e HoBiPev. No teste sorológico, 45% (177/390) das amostras foram positivas, ou seja, apresentaram anticorpos contra as cepas teste de BVDV. Dentre as amostras positivas, 37 (20.8%) apresentaram anticorpos neutralizantes para o HoBiPev, 35 (19,8%) para BVDV-1 e 25 (14,1%) para BVDV-2 e em 80 (45,2%) não foi possível determinar uma predominância de anticorpos contra as cepas teste. Os Pestivírus apresentam reatividade sorológica cruzada entre espécies e subgenótipos e em alguns casos não é possível determinar uma prevalência de títulos. Para detecção e caracterização dos pestivírus presentes nessas amostras, executou-se ensaios de RT-PCR seguidos de sequenciamento de Sanger e análise filogenética. Como resultado, três amostras foram positivas na técnica de RT-PCR e classificadas filogeneticamente como BVDV-1e (1) e HoBiPev (2). Os resultadosdeste estudo reforçam a alta diversidade genética entre os isolados de pestivírus brasileiros e corrobora outras pesquisas que demostram uma combinação única de pestivírus no Brasil, representando uma das maiores diversidades genéticas já descritas no mundo. Portanto, os resultados apresentados nesta dissertação somam novos conhecimentos acerca dos pestivírus circulantes na Região Norte e podem contribuir para embasar futuros programas de controle e erradicação de doenças causadas por pestivírus no País.