Infecção experimental para avaliar a excreção do vírus da diarreia viral bovina por leitões desmamados e transmissão viral por via aerógena

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Anne Caroline Ramos dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/136407
Resumo: O vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV), do gênero Pestivírus, pode ocasionar significativas perdas econômicas em bovinos. No entanto, este vírus também pode infectar os suínos, nos quais a infecção por BVDV poderá ocasionar sinais clínicos, afetar a diagnose da PSC (Peste Suína Clássica), além de torná-los fonte de disseminação viral. Tendo em vista esta problemática, este trabalho teve por objetivo verificar se leitões infectados experimentalmente por BVDV podem passar a excretar o vírus e se a disseminação viral pode ocorrer por via aerógena. Para tanto, foram realizados dois experimentos. Em cada experimento, seis leitões foram distribuídos em duplas em três câmaras de isolamento, ligadas por tubos com fluxo de ar contínuo, nas quais os animais introduzidos corresponderam ao controle, infectado e sentinela, respectivamente. Os animais da segunda câmara foram inoculados pela administração de inóculo de BVDV-1 estirpe Singer citopático por via nasal e oral. Foram avaliadas amostras de sangue, suabe nasal e retal, e no último dia foi realizada eutanásia e necropsia dos animais e coletada amostras de tecidos. No primeiro experimento, ambos os animais inoculados soroconverteram e apresentaram sinais clínicos da infecção, mas somente em um animal foi detectada excreção do vírus por via nasal e presença de RNA viral nos rins, baço e fígado, avaliadas por RT-PCR. Neste caso, a transmissão do vírus por via aerógena não foi comprovada, uma vez que o experimento foi finalizado um dia após a excreção viral. Já no segundo experimento, os dois animais infectados soroconverteram com nove dias de diferença e apresentaram sinais clínicos da infecção, mas neste caso, não foi detectada a presença do vírus nas secreções coletadas e nos órgãos. A evolução da infecção mais acentuada nos animais do primeiro experimento, incluindo excreção viral, pode estar relacionada à imunossupressão ocasionada pelas elevadas temperaturas ambientais no período do estudo. No segundo experimento, a soroconversão, e a ausência de estresse térmico, podem ter sido suficientes para impedir a evolução da infecção. Como o curso da infecção depende da virulência da cepa viral e da resposta imune do suíno, no segundo experimento, os animais conseguiram debelar a infecção. Nos dois experimentos os animais controle e sentinela não apresentaram sinais clínicos de infecção, não soroconverteram e nem excretaram o vírus. Assim, concluiu-se que o BVDV-1 pode infectar suínos e provocar sinais clínicos de infecção e que esta pode evoluir para excreção viral e, inclusive, atingir os órgãos dos suínos, contudo a cepa viral utilizada demonstrou ser de baixa patogenicidade. Entretanto com o contato de animais com cepas virais de alta virulência, os suínos podem passar a ser uma fonte de infecção para outros suínos e bovinos. Como a transmissão viral pela via aerógena não foi provada, denota-se a necessidade da continuidade de estudos visando elucidar as vias de transmissão do BVDV entre suínos e entre estes e outros animais.