Técnicas para estimativa de parâmetros de digestibilidade e produção microbiana em bovinos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Dias, Marcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11361
Resumo: Com a realização deste trabalho, objetivou-se: avaliar as estimativas de digestibilidade intestinal da fibra em detergente neutro obtidas por diferentes indicadores; o efeito das amostras coletadas no período diurno ou diário sobre a digestibilidade e os fluxos omasal e ileal da fibra em detergente neutro estimada por diferentes indicadores; comparar a digestibilidade total e parcial da matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), carboidratos totais (CT) e carboidratos não fibrosos (CNF) com utilização de fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) e de fibra em detergente ácido indigestível (FDAi); comparar a produção microbiana estimada pela utilização de FDNi e da FDAi e comparar a produção microbiana estimada pelos métodos das bases purinas no omaso e da excreção urinária de derivados de purinas. Foram utilizadas quatro novilhas mestiças Holandês- Zebu, fistuladas no rúmen e no íleo, mantidas em regime de confinamento com dieta a base de feno de capim-tifton (Cynodon spp.) oferecido ad libitum e 1 kg de concentrado (27% PB). O experimento teve duração de 60 dias com três períodos experimentais de 15 dias cada. Antes do primeiro período experimental foi realizada a adaptação dos animais à dieta experimental por sete dias e entre os períodos, respeitou-se intervalo de quatro dias. Cada período experimental iniciou-se com um dia (1o) de coleta total de fezes, três dias (2o ao 4o) para coleta de digesta omasal, seguidos por dois dias (5o e 6o) de intervalo, novamente um dia (7o) de coleta total de fezes e depois três dias (8o ao 10o) de coleta de digesta ileal, seguidos novamente por dois dias (11o e 12o) de intervalo, um dia (13o) de coleta total de fezes, um dia (14o) para mensuração do pH ruminal e coleta de amostras de urina e líquido ruminal e, finalmente, um dia (15o) de coleta de líquido ruminal para isolamento de bactérias. Para a mensuração do fluxo de digesta omasal foram utilizados os sistemas de indicadores único e duplo. No sistema único foram comparados a fibra em detergente neutro indigestível (FDNi), a fibra em detergente ácido indigestível (FDAi) e o óxido crômico (Cr 2 O 3 ). No sistema duplo foram comparadas as associações entre o complexo de cobalto-ácido etilenodiaminotetracético (Co-EDTA) com a FDNi (Co-FDNi) e a FDAi (Co-FDAi). Para estimativa do fluxo ileal, foram utilizados apenas os indicadores únicos. As amostras spot de urina foram coletadas quatro horas após a alimentação. Os valores das estimativas (omasal e ileal) do fluxo e da digestibilidade intestinal da FDNcp, do período diurno correspondeu à amostra constituída neste período e o período de coleta diária, a média das estimativas dos períodos em questão. Não foi verificada diferença significativa entre as amostras de digesta coletada apenas no período diurno quando comparada às coletas no período diário, podendo a digestibilidade parcial ser estimada com coleta de amostra realizadas apenas no período diurno. Embora a FDNi, a FDAi e o Co-FDAi possam ser utilizados para estimativa de parâmetros de digestibilidade parcial na coleta de digesta omasal, recomenda-se o uso das fibras indigestíveis por serem menos onerosas e de melhor manipulação. Entretanto, dentre as fibras indigestíveis, a FDAi apresenta melhor recuperação e produz estimativas similares para a excreção fecal e a digestibilidade total, quando comparada com a coleta total de fezes. As condições ruminal foram favoráveis à produção microbiana com valores de pH variando de 6,7 a 6,9 e os valores de N-NH 3 , de 10,3 a 14,1 mg/dL. As estimativas da produção microbiana via quantificação de derivados de purinas em amostras spot de urina demonstram-se similares às obtidas por procedimentos invasivos via fluxo de matéria microbiana omasal.