Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1992 |
Autor(a) principal: |
Madeira, Humberto Maciel Franca |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20191218-134946/
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Resumo: |
Um estudo de validação da Técnica de Simulação Ruminal, bem como da sua utilização para manipulação da fermentação ruminal, foi conduzido no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zoologia da ESALQ/USP, em Piracicaba, S.P. Um sistema de fermentação contínua contendo quatro fermentadores foi utilizado. A eles foi fornecida diariamente, por 6 dias, uma dieta única contendo (100% MS) 5,95 g de bagaço de cana-de-açúcar auto-hidrolisado, 2,94 g de farelo de algodão, 2,03 g de grão de sorgo moído, 0,30 g de mistura mineral e 0,11 g de uréia. Esta dieta era incubada nos fermentadores dentro de sacolas de nylon. Este período pré-tratamento foi chamado de Fase I. Após este período, os fermentadores passaram a receber 3 doses do ionóforo lasalocida, fornecido junto à mistura mineral, nas quantidades de 1,5 µg/ml, 3,0 µg/ml e 6,0 µg/ml, aos frascos 2, 3 e 4, respectivamente. O frasco 1 foi mantido como controle. O período em que os fermentadores receberam ionóforo foi de 9 dias, sendo este chamado de Fase II. Após esta o aparelho foi desmontado. Durante todo o período experimental (fases I e II) foi infundida continuamente saliva artificial, contendo tampões, na quantidade suficiente para promover a renovação de um volume de fermentador (850 ml) por dia, com uso de uma bomba peristáltica. Durante as duas fases foram medidas as seguintes variáveis: pH, produção de nitrogênio amoniacal (NH3), contagem de protozoários, produção individual dos ácidos acético e (C2), propiônico (C3) e butírico (C4), produção total de AGV e proporção de ácido acético/propiônico (C2/ C3). Estas variáveis foram tomadas a partir de análises do fluido efluente diário dos fermentadores. A partir do resíduo de digestão da dieta contido em sacola de náilon, após 48 horas, foi tomada a variável degradação in situ da fração insolúvel da matéria seca da dieta (DISI). O volume de saliva infundido (VS) foi medido indiretamente pelo volume de efluente obtido para cada fermentador, diariamente. A primeira parte do estudo, aquela de validação do sistema RUSITEC, consistiu da análise dos resultados das variáveis no período pré-tratamento (6 dias), bem como os relativos a segunda fase para o frasco controle (frasco 1). Uma vez que os resultados se mostraram semelhantes entre si, bem como semelhantes àqueles contidos em literatura, obtidos com animais recebendo dietas semelhantes, principalmente com relação as variáveis pH, degradação da matéria seca e relação acético/propiônico, o sistema foi considerado validado. O estudo de manipulação da fermentação pela adição do ionóforo lasalocida foi feito sobre os dados da fase II, onde os fermentadores receberam 3 doses de lasalocida. Para a análise estatística dos dados, feita confrontando-se os valores das variáveis dois a dois entre fermentadores, se utilizou o procedimento GLM do programa SAS (1985), por meio de análise de variância por mínimos quadrados. Devida a alta correlação entre os valores de VS e as demais variáveis, esta entrou no modelo como covariável. A inesperada variação no VS foi causada por problemas no funcionamento da bomba peristáltica. A adição de lasalocida aos fermentadores promoveu alteração no pH somente em um fermentador, porém devido ao pequeno volume de saliva proporcionado àquele frasco. Não houve efeito também sobre a variável NH3 (p = 0,12), porém havendo uma tendência de aumento do nível de NH3 com aumento da dose. Para a variável DISI se observou um acentuado efeito da adição do ionóforo (p = 0,0001), diminuindo a degradação com o aumento da dose. A diferença entre o frasco controle e a maior dosagem atingiu 27% (61,54% e 45,23% respectivamente). O fornecimento de ionóforo promoveu também um decréscimo crescente na produção de C2 e C4, concomitante ao aumento da dose (p = 0,0001). Um aumento na produção de C3 também ocorreu (p = 0,0001), porém não em quantidade suficiente para, em termos de número de moles totais, compensar a queda no C2 e C4, de forma que a variável Total foi significativamente diferente entre o controle e os tratamentos (p = 0,0001), sendo os valores de 44,48 mmoles, 36,18 mmoles, 35,03 mmoles e 32,94 mmoles, para o frasco controle, dose 1, dose 2 e dose 3, respectivamente. Houve diferença também entre os valores de C2/C3 do controle e dos frascos tratados (p = 0,0001), sendo os mesmos de 2,33, 1,31, 1,12 e 1,03. Os valores de contagem de protozoários não sofreram efeito de tratamento (p = 0,11), porém houve diferença entre períodos, considerando os quatro frascos em conjunto (1°s 6 dias vs. últimos 9 dias). O que se observou foi uma diminuição da ordem de três vezes (12 x 103 para 5 x 103). A análise em conjunto destes dados mostram que os efeitos da adição de lasalocida à fermentações conduzidas no RUSITEC são semelhantes àquelas obtidas in vivo, vindo a reforçar a validação do sistema, sendo ele uma interessante ferramenta para estudos de fermentação ruminal. |