A intercompreensão de línguas românicas nas aulas de inglês: uma experiência inovadora nos cursos de Educação de Jovens e Adultos do Instituto Federal do Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Janaina Michelle França de
Orientador(a): Martins, Selma Alas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21965
Resumo: É incontestável que o ensino de línguas desempenha um papel importante na vida do indivíduo, como apontam documentos oficiais brasileiros e internacionais. O estudo da língua inglesa e culturas anglófonas, assim como de qualquer outro idioma, deve possibilitar a promoção de maior abertura a diferentes formas de estruturar o mundo, possibilidades e oportunidades de agir no mundo de forma crítica (PCNs, 1999). Esta pesquisa trata da Intercompreensão de Línguas Românicas (ILR) como uma proposta para o ensino-aprendizagem da língua inglesa (LI) na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e tem por objetivo valorizar as potencialidades dos aprendizes como elemento facilitador e motivador da aprendizagem de línguas estrangeiras e do olhar sobre si. O envolvimento da pesquisadora em elaborar e pôr em prática um curso plurilíngue foi determinante para caracterizar o estudo como uma Pesquisa-ação Participante (THIOLLENT, 2011; GRAY, 2012; FRANCO, 2005). Nove alunos da EJA do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) participaram do estudo e realizaram atividades plurilíngues envolvendo quatro línguas estrangeiras (espanhol, italiano, francês e inglês) durante um semestre. O corpus da pesquisa é constituído por dados quantitativo-qualitativos que foram coletados por meio de questionários semiestruturados, áudios, entrevistas, notas de campo, produção dos alunos das atividades plurilíngues e protocolo verbal (COHEN, 1996). Para nos orientar na elaboração do curso plurilíngue e na análise e discussão dos dados, utilizamos, como aporte teórico geral sobre o ensino de línguas estrangeiras, os PCNs (1999), as OCNs (2006), o QECR (2001) e o FREPA/CARAP (2010). Também recorremos aos pressupostos da intercompreensão (IC) entre línguas aparentadas (DEGACHE, 2012; DOYÉ, 2005, 2007; ARAÚJO E SÁ, 2013; SANTOS, 2010; CAPUCHO, 2010; MELO; SANTOS, 2008; JAMET; SPITĂ, 2010; ESCUDÉ; JANIN, 2010, CADDÉO; JAMET, 2013, dentre outros). Por buscarmos valorizar as potencialidades dos aprendizes por meio da compreensão escrita, utilizamos as estratégias de aprendizagem categorizadas por O’Malley e Chamot (1995) e a teoria sobre estratégias e modelos de leitura (SOLÉ, 1998; SMITH, 1999, KLEIMAN, 2013; PERFETTI, 1999, 2007; ALONSO; MATEOS, 1985). A elaboração e a execução do curso plurilíngue, além do apoio teórico já citado, foram baseadas na teoria sociointeracionista de Vygotsky (VYGOTSKY, 2007; BASTOS, 2014; OLIVEIRA, 1992), do Filtro Afetivo de Krashen (1982, 1985) e da aprendizagem significativa (MOREIRA; MASINI, 2001; MOREIRA, 2010, 2011). Quanto aos resultados, eles sugerem que para perceber o conhecimento em LI como significativo os aprendizes precisam, dentre outros fatores, ter maior autonomia e uma concepção menos idealizada sobre a aprendizagem de línguas estrangeiras. A pesquisa também indica que a proximidade linguística e a observação do uso de estratégias na ILR contribuíram para a leitura de textos em LI, causando nos aprendizes maior valorização de suas potencialidades, aumento da autoconfiança para compreender textos em línguas românicas e em língua inglesa, como também parece ter contribuído para a mudança de atitude.