Resistência ao agronegócio: território ribeirinho em Abaetetuba/PA e comunidade do Cajueiro/MA na rota dos projetos portuários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: FURTADO, Julia Maria da Silva lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0000-0003-4618-6261
Orientador(a): OLIVEIRA NETO, Adolfo da Costa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15370
Resumo: A partir de políticas de incentivo e comércio internacional de commodities, os instrumentos de reprimarização seguem relacionados à manutenção da condição subalterna de camponeses e de países periféricos capitalistas, como instrumento da expansão do agronegócio e sua consolidação cada vez mais intensa. Que assinala também como o conflito se representa na disputa pelo território, para superação da condição desigual e subalterna, a partir da presença da luta e resistência expressa no território camponês no Brasil. Frente as políticas neoliberais no campo e de mercados de commodities, engendrados e representados por empreendimento e projetos portuários, de produção e organização na lógica capitalista na região de pesca e comunidades ribeirinhas em Abaetetuba/PA e Cajueiro/MA. Nesta pesquisa, busca-se compreender como se expressa a resistência ribeirinha e de pescadores frente ao processo e o contexto de reprimarização da economia brasileira, com aval e incentivo estatal, e ação direta em território tradicional de ribeirinhos em Abaetetuba/PA e de pescadores na comunidade de Cajueiro, no município de São Luís/MA. Para isso analisamos e discorremos com referência aos projetos de instalação do Terminal Portuário de Uso Privado (TUP) Abaetetuba/PA da multinacional norte-americana Cargill S/A e do Terminal de Uso Privado (TUP) Porto São Luís, transnacional chinesa de operação da WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais S/A, do grupo WTorres. O escopo está centrado em entender os conflitos que se dão em volta da disputa territorial, seu desdobramento e repercussão, considerando as singularidades e heterogeneidades territoriais na ampla expansão do agronegócio em comunidades ribeirinhas. Com a incursão do TUP-Abaetetuba e TUP-São Luís, e subjugação desses grupos sociais, seja pela monopolização do território sem a territorialização efetiva do porto, seja pela reintegração de posse que desapropria moradores em Cajueiro/MA. A partir da pesquisa bibliográfica (Web of Science e Scopus), dados acerca do mercado de transportes aquaviários, contidos no Boletim Aquaviário do 1º trimestre de 2021, a análise e desenvolvimento da pesquisa será construída pela perspectiva do materialismo histórico e expressão da luta de classes na construção e gerenciamento dos territórios, assim como o conflito relacionado a sua construção na resistência, em que a produção, unidade familiar e organização/gerenciamento do território ribeirinho, como território em marginalidade em relação ao centro capitalista, são possibilidades e alternativas da existência de modelos diferentes de organização de um território, que além de construindo num sistema entre comunidades, está na rota do sistema de reprimarização. Na primeira parte da pesquisa foi construído um panorama da Questão Agrária, influenciando e expressando a conflitualidade presente no campo com a expansão do modo de produção capitalista. Presente também na contradição da industrialização da agricultura brasileira para um desenvolvimento que retrocede a produção como agrário-exportador de produtos primários; assim como a inserção de novos sujeitos na disputa por terra e território na marginalização e exploração do campo e seus territórios.