Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jamilli Medeiros de Oliveira da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/194439
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Resumo: |
A expansão do monocultivo do dendê no estado do Pará é um fenômeno com grande notoriedade na academia e mídias de informação, muito incentivada por políticas públicas como do Plano Nacional de Uso e Produção do Biodiesel (PNPB), o Plano Palma Verde e o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma (PSOP). Essas medidas e a devida aptidão agroclimática fez com que o dendê se expandisse vertiginosamente para a mesorregião do Nordeste do estado do Pará, a qual possui a maior produção de dendê do país atualmente, sob o slogan da sustentabilidade ambiental de uma energia “ecologicamente correta”, contribuindo com a busca de energias renováveis por meio de fontes de biomassa advindas do refino do óleo de dendê; também como uma medida de “resposta” aos alertas acerca das mudanças climáticas globais, o Brasil tem buscado desenvolver políticas públicas no caminho pavimentado pela dita “economia verde”. Esse conjunto de fatores demonstra o potencial de expansão do dendê, seja por sua produtividade, pela sua justificativa ambiental e consequente monetarização da natureza, seja por meio de políticas de aquisição e investimentos em terras agrícolas sob o chamado fenômeno land grabbing, ou pelos investimentos governamentais destinados à monocultura. Essas ações provocaram e provocam um novo rearranjo no cenário agrário já complexo da Amazônia, visto que esta é uma região constituída pela vivência de diversos sujeitos como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, posseiros etc., os quais entram em choque pelos diferentes significados que dão à terra em relação à expansão do agronegócio do dendê. Diante disso, objetivamos analisar os processos e as dinâmicas do território camponês de origem quilombola das comunidades de Vila Formosa e 19 do Maçaranduba, mediante os avanços do agronegócio do dendê no município de Acará – PA. A metodologia consistiu na realização entrevistas, por meio de questionários semiestruturados com as famílias quilombolas, bem como entrevistas abertas que seguiram um roteiro previamente elaborado, direcionadas a algumas lideranças; também realizamos um levantamento bibliográfico sobre os assuntos que circundam a temática de estudo da questão agrária na Amazônia. Ao final da pesquisa, constatamos que a expansão do dendê em direção às comunidades estudadas acontece por meio da monopolização do território, provocando, com isso, inúmeros conflitos de ordem socioambiental e territorial, o que representa novas disputas fundiárias na região, além de prejudicar bens comuns historicamente apropriados pelos quilombolas, ao contaminar as águas dos rios e solos devido à utilização de agrotóxicos no monocultivo. Diante dessas mudanças, as comunidades pesquisadas se encontraram cercadas pelo agronegócio do dendê. Assim, passaram a se organizar em torno da história de seus antepassados, se autointitulando quilombolas para buscar a titulação de seu território e preservar seu modo de vida da/na floresta de maneira comunal, resistindo enquanto povos da floresta. |