Produção do espaço ribeirinho na Amazônia: uma análise a partir do contexto espacial em comunidades das ilhas de Abaetetuba-PA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: FERREIRA, Denison da Silva lattes
Orientador(a): NAHUM, João Santos lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15389
Resumo: A análise aqui empreendida visa dar ênfase à dimensão ribeirinha do espaço na Amazônia tocantina paraense tendo como ponto de partida a porção insular do município de Abaetetuba, Nordeste do Estado do Pará, localmente conhecida como ―ilhas de Abaetetuba‖. Defendemos como tese norteadora a existência de um processo de produção espaço ribeirinho na Amazônia, a proposito da área de estudo, que não se constitui como um processo ―isolado‖, mas integra o movimento mais amplo de produção do espaço regional. A pesquisa encontra-se estruturada em quatro momentos ou eixos de análise, precedidos das considerações finais. No primeiro momento, dissolvido no primeiro capítulo, descrevemos aspectos gerais sobre o contexto espacial empírico a partir do qual estamos propondo a construção da pesquisa, ou seja, a Amazônia tocantina e particularmente as ilhas de Abaetetuba. Trata-se de uma caracterização preliminar da realidade empírica a ser estudada onde serão considerados aspectos referentes tanto à configuração territorial quanto à própria dinâmica social ribeirinha. No segundo e terceiro momentos (compreendidos no segundo e terceiro capítulos), propomos um exercício de regressão, ou seja, de reconstituição de alguns processos histórico-espaciais que tiveram importantes correlações com a produção do espaço ribeirinho na região, de maneira especial nas ilhas de Abaetetuba, como a criação dos aldeamentos comandados pelos missionários durante a primeira fase de colonização portuguesa da região; a criação de capitanias e sesmarias; o estabelecimento dos diretórios dos índios; a introdução dos escravos negros na região; assim como o desenvolvimento mais sistemático da economia dos engenhos de aguardente já numa conjuntura pós-colonial. No quarto momento propomos um retorno ao contexto espacial ribeirinho no tempo presente buscando compreendê-lo de forma mais esclarecida, ressignificada. Neste momento tomamos como ponto de partida as estratégias de organização política, especialmente aquelas que se atrelam ao uso da terra, tendo em vista suas correlações com a dinâmica de produção do espaço ribeirinho. Alinhado aos propósitos da pesquisa, elegemos como teoria norteadora a produção (social) do espaço situando os debates nos horizontes abertos pela perspectiva dialética suscitada principalmente nos escritos do filósofo Henri Lefebvre cujos fundamentos se mostraram pertinentes e adaptáveis ao desenvolvimento da análise aqui proposta. Partimos do principio de que as práticas sociais projetadas em um determinado espaço traduzem também práticas de produção do espaço. Esta produção, porém, não faz referência estritamente à produção de coisas, objetos, ou mercadorias, mas remete sua compreensão à existência de relações sociais, que inclui a produção dos objetos e a produção do espaço num sentido amplo. É nessa perspectiva que suscitamos a presente análise tendo as ilhas de Abaetetuba como lócus empírico da pesquisa.