Um peregrino entre selvas e desertos: as viagens ao Brasil ignoto e a escrita do outro de Euclides da Cunha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nogueira, Nathália Sanglard de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13813
Resumo: Esta tese visa a historicizar a composição de Os sertões e dos ensaios que compõem a primeira parte de À margem da história, de modo a examinar o impacto que as experiências empíricas proporcionadas pelas travessias de Euclides da Cunha pela Bahia e pela Amazônia legaram para a elaboração das obras em comento. A fim de cumprir este objetivo, preliminarmente, será analisada a ambiência intelectual em que as viagens se apresentavam como modo de produção de conhecimento sobre o outro e como pressuposto mesmo da escrita. Em seguida, rastreia-se a construção da presença de Euclides em campo, avaliando como o exercício do olhar e do deslocamento conduzem a narrativa de Os sertões e dos ensaios de À margem da história. Uma vez perquiridos os sinais desse “ter estado lá”, a tese passa a refletir sobre o olhar municiado do autor e a observação in loco da natureza, que repercutiram na apreensão euclidiana do meio. Traduzida como uma alteridade geográfica, a natureza produzia, por conseguinte, uma alteridade antropológica. Assim, estudam-se, ao final, as estratégias para conferir inteligibilidade ao outro sertanejo e amazônico. Nos sertões ignotos e nas solidões selvagens, as populações viveriam deslocadas no tempo, experimentando um eterno passado. Ao trilhar os cantos remotos do país, Euclides encontrara outra terra, outra gente, à margem da nação e da história.