Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Lais Peres |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/28818
|
Resumo: |
A Guerra de Canudos, deflagrada no sertão baiano entre novembro de 1896 e outubro de 1897, ficou marcada como um dos acontecimentos mais cruéis da história do Brasil. Imortalizada por Euclides da Cunha em 1902, em Os sertões, foi vingada através de uma obra dramática e pictórica. A 1a edição desse livro contou, ainda, pela primeira vez, com fotografias que acompanhavam o texto, essas imagens foram registradas pelo fotógrafo Flávio de Barros. Nesta tese, esse material será analisado como objeto capaz de falar, como item mediador de uma história contada sobre um universo sociocultural. Nesse sentido, os estudos sobre a discursividade fotográfica de Roland Barthes, em “A câmara clara. Nota sobre a fotografia” representam um importante referencial teórico desta pesquisa para leitura das fotografias de Flávio de Barros. Além disso, verifica-se que o diálogo da linguagem épico-dramática de Os sertões se estende, ao longo dos anos, para sua influência no cinema também, como nos filmes Guerra de Canudos (1996), de Sérgio Rezende e Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles; que concebem nas telas um sertão brasileiro abandonado pelo poder público. Apesar de pertencerem a momentos diferentes de lançamento, as duas películas possuem pontos parecidos com Os sertões, que vão além da escolha da região que lhes serve de cenário. Nesse contexto, a análise da linguagem pictórica de Euclides, que é fio condutor desta pesquisa, parte do livro A geopoética de Euclides da Cunha, de Ronaldes de Melo e Souza. Recebem, de igual maneira, destaque importante na formulação deste texto, as contribuições do pesquisador Ismail Xavier sobre análise no cinema brasileiro. Em seguida, propomos uma pesquisa atenta da construção midiática que fomentou o conflito em Canudos e cultivou a segregação secular da região em relação ao restante do país. Este estudo verifica, também, como, através de uma necropolítica, termo de Achille Mbembe, o Estado organizou sucessivamente decisões que legaram à população nordestina destruição ou esquecimento. Assim, são notabilizados, inclusive, os contrastes de suporte, de época, além do fato de que existiu uma luta de Canudos historicamente real, uma fotografada por Flávio de Barros, outra literária, elaborada por Euclides da Cunha e, ainda, a cinematográfica, registrada em Guerra de Canudos e reinventada em Bacurau. |