Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Dias, Léa Costa Santana |
Orientador(a): |
Hoisel, Evelina de Carvalho Sá |
Banca de defesa: |
Hardman, Francisco Foot,
Rocha, Iraci Simões da,
Herrera, Antonia Torreão,
Ramos, Elizabeth Santos |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31686
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Resumo: |
Esta tese analisa as impressões de Euclides da Cunha produzidas em decorrência das duas viagens mais importantes para sua carreira intelectual e profissional: a primeira, aos sertões baianos, do final de agosto ao início de outubro de 1897, como correspondente de guerra do jornal O Estado de S. Paulo; a segunda, aos sertões amazônicos, de meados de dezembro de 1904 ao início de janeiro de 1906, como chefe da Comissão Brasileira de Reconhecimento do Alto Purus. Além dos sertões brasileiros na Amazônia ou em Canudos, Euclides da Cunha percorre outros espaços através da palavra, seja para melhor aludir aos sertões que o encantam, seja para refletir sobre a própria capacidade comunicativa e/ou representativa da linguagem. Há a decisão, nesta pesquisa, de refletir sobre Euclides da Cunha, Canudos e Os sertões, porém não se repete a máxima de que sejam temas indissociáveis. Assim como é possível falar de Euclides da Cunha sem fazer alusões a Canudos e Os sertões, já que vasta é a obra do autor, também são muitas as leituras possíveis para o tema Canudos, a partir de inúmeras produções discursivas, desde as produzidas no calor dos acontecimentos até as mais recentes, não sendo imperiosa, portanto, a necessidade de negação ou afirmação da narrativa mais conhecida. Nesse contexto, o objetivo principal desta tese é flagrar impressões do viajante Euclides da Cunha associadas a suas viagens pelos sertões baianos e amazônicos e a suas viagens pelo espaço da palavra, da escrita. Flagrar impressões de viagem e refletir sobre elas significa lançar olhares sobre a história de sua gestação discursiva, sobre como são expressas em linguagem e sobre como são percebidas pela crítica e pelo autor. A discussão também enseja leituras sobre as condições de forjamento e sobrevivência dessas impressões no imaginário nacional. Não há outro meio de acesso ao passado senão a linguagem, o discurso e a interpretação. Em Euclides da Cunha, a objetividade não se inscreve distanciada da subjetividade do eu que se pronuncia. Ainda assim, nos discursos sobre o escritor, a subjetividade por vezes aparece associada a uma inclinação à ficcionalidade, servindo de argumento para desconsiderar as pretensões históricas, documentais e científicas de sua obra. É bastante rotineira a atribuição dos muitas vezes referidos e poucas vezes demonstrados equívocos científicos e históricos cometidos pelo autor à literariedade, como se esta fosse um sinônimo de falseamento do real e/ou adulteração de dados coletados à realidade observada. Não se questiona, nesta tese, a literariedade da obra euclidiana, tema bastante contemplado nos meios acadêmicos. São expostos outros caminhos para a reflexão sobre a permanência do interesse pelas impressões de viagem de Euclides da Cunha na contemporaneidade. Dessa decisão de leitura, resulta um estudo evocativo de um escritor que se destaca na cultura brasileira por sua potência para produzir textos que se disseminam e produzem discursividades. |