Euclides da Cunha e Os sertões : atravessando temporalidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Tiburski, Eliete Lucia
Orientador(a): Rodrigues, Mara Cristina de Matos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255274
Resumo: Estudos acerca do tempo têm se proliferado nos últimos anos na área de historiografia, ampliando os questionamentos a respeito das relações entre passado, presente e futuro. No Brasil, desde o século XIX, a experiência do tempo vinha se transformando. O intuito deste trabalho é compreender de que forma a temporalidade é pensada na virada para o século XX. A fonte escolhida para realizar este estudo foi a obra de Euclides da Cunha (1866-1909), em particular Os Sertões (1902). Nele pode-se perceber como o tempo se torna um elemento chave na interpretação da Guerra de Canudos. Os eventos narrados ultrapassam a simples descrição do conflito e acabam apontando para uma espécie de gênese do sertão. Por meio da construção de uma série de imagens e uso de figuras de linguagem, o autor vai organizando uma narrativa fortemente pautada na noção do olhar e da distância. A partir destes fundamentos percebe-se como o autor vai separando espacialmente e temporalmente as sociedades litorâneas e sertaneja, chegando ao ponto de atribuir aos sertanejos um afastamento temporal de três séculos em relação ao litoral, quando não são colocados “fora do tempo”. Tempo histórico do qual fariam parte as outras sociedades, ligadas ao progresso e a civilizações ocidentais. Com isso, percebe-se que o conceito de contemporaneidade do não-contemporâneo permeia toda a sua obra, apontando para a multiplicidade de estratos temporais intrínsecos ao processo de construção da história brasileira.