Estratigrafia química e potencial gerador da Formação Pimenteiras, Bacia do Parnaíba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Martins, Loren Pinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6992
Resumo: O potencial petrolífero das bacias paleozoicas brasileiras está relacionado à geração de hidrocarbonetos tanto por processo convencional como não convencional ou atípico. No modelo atípico se enquadra a Bacia do Parnaíba, de 600.000 Km² de área, situada ao nordeste do Brasil, que abrange diferentes ciclos de sedimentação do Pré-Cambriano ao Mesozoico. Neste contexto, o presente trabalho visa contribuir para a diminuição das incertezas exploratórias nesta bacia, utilizando a geoquímica orgânica em amostras de sondagens rasas localizadas na borda leste da bacia, como ferramenta para identificar e rastrear superfícies chaves na seção devoniana e avaliar o seu potencial gerador. Os intervalos com teores de carbono orgânico total (COT) superiores a 1 % foram submetidos a análises de pirólise Rock-Eval, enquanto as análises de isótopos de carbono orgânico de rocha total (δ¹³C), cromatografia líquida e cromatografia gasosa associada à espectrometria de massa foram realizadas nos intervalos anteriormente identificados como importantes para geração de óleo e/ou gás. A análise estratigráfica detalhada do intervalo das formações Pimenteiras e Cabeças, realizada com base em perfis de poços profundos e de sondagens rasas, permitiu o mapeamento de quatro superfícies principais de inundação marinha, com idades de Eifeliano a Neofameniano (superfícies A, B, C e D), que limitam três sequências genéticas de 3ª ordem (AB, BC e CD).Os mapas de isópacas possibilitaram verificar uma migração do depocentro de leste para noroeste durante a deposição da Formação Pimenteiras no intervalo de tempo que se estende do Eifeliano ao Frasniano. O mapa de isópacas de diabásio que afetou termicamente a Formação Pimenteiras, apresentou duas áreas de maior espessura, ambas concentradas na parte central da bacia. Os campos em produção de gás natural estão localizados entre estas áreas de maior espessura de rochas intrusivas. A associação dos dados de COT, pirólise, isótopos estáveis de carbono orgânico total, biomarcadores e de palinofácies permitiu subdividir a seção da borda leste da Bacia do Parnaíba em quatro unidades quimioestratigráficas, denominadas de L-I à L-IV da base para o topo e a seção da borda Sudoeste em três unidades denominadas de SO-I à SO-III da base para o topo do afloramento A. As inundações principais na borda leste da bacia estão presentes na base da unidade quimioestratigráfica L-I e na unidade L-IV, sendo coincidentes com as superfícies A e B mapeadas nos perfis de raios gama que delimitam a sequência AB nesta borda. Já borda sudoeste, a principal inundação é representada pela unidade quimioestratigráfica SO-III. Na borda leste, foi reconhecido um bom potencial gerador para gás e condensado para um pequeno grupo de amostras com teores de COT entre 1,5% e 3,2%. No entanto, a maioria das amostras com estes mesmos teores mostraram um moderado potencial gerador para gás. Enquanto que na borda sudoeste, amostras com estes mesmos teores de COT apresentaram um moderado potencial gerador para gás. E no centro-norte da bacia onde foi possível identificar os folhelhos radioativos B e C, descritos na literatura, estes apresentaram, respectivamente, moderado potencial gerador para óleo e bom potencial gerador para gás. A Formação Pimenteiras encontra-se termicamente imatura nas amostras analisadas nas bordas leste e sudoeste da bacia. A presença de compostos insaturados e a alta proporção relativa de moretanos nas amostras das bordas leste e sudoeste indicam que estas bordas foram pouco soterradas após a deposição do Carbonífero Inferior. Nas áreas dos poços 1-CT-02-PI, localizado mais ao norte da borda leste, e 1-OGX-22-MA, localizado no centro-norte da bacia, a matéria orgânica da Formação Pimenteiras apresentou um grau de evolução térmica correspondente a janela de geração de óleo e janela gás, respectivamente. Esta diferença de evolução térmica relaciona-se à presença de intrusivas. Os novos dados contribuíram para o avanço do conhecimento acerca da estratigrafia, evolução geológica, potencial gerador e maturação térmica da matéria orgânica da Formação Pimenteiras