Arcabouço Palinoestratigráfico e Geoquímica orgânica da formação pimenteiras (Devoniano), na borda oeste da Bacia do Parnaíba, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Andrade, Consuelo Lima Navarro de
Orientador(a): Machado, Altair de Jesus
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21559
Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar o paleoambiente deposicional e o arcabouço bioestratigráfico de folhelhos da Formação Pimenteiras (Devoniano), na borda oeste da Bacia do Parnaíba, através da geoquímica orgânica e do conteúdo palinológico. A amostragem foi efetuada em duas etapas. Na primeira delas foram coletadas 28 amostras em 7 afloramentos da Formação Pimenteiras, no Estado do Tocantins. Em um segundo momento um, dentre os afloramentos mapeados incialmente, foi selecionado para uma coleta sistemática, com espaçamento vertical metro a metro. Em todas as amostras avaliou-se o conteúdo orgânico (querogênio) por microscopia e parâmetros geoquímicos. O Carbono Orgânico Total (COT) foi mensurado por extração da fração carbonatos e determinação por LECO Elemental Analyzer SC-444. Os Índices de Hidrogênio (IH) e de Oxigênio (IO), os picos S1 e S2 e a temperatura máxima da pirólise (Tmáx) foram mensurados em Pirolisador Rock-Eval. A reflectância da vitrinita (% Ro) foi medida por meio da análise em microscópio Leica DM6000 M com luz refletida e padrões para vitrinita (0,5%). Para a classificação palinológica foram montadas lâminas organopalinológicas que foram analisadas em microscopia óptica sob luz branca transmitida e sob o modo fluorescência com objetivo de proceder à análise de palinofácies e bioestratigrafia da sequência estudada. Nas amostras com detalhamento sistemático realizou-se uma análise quantitativa e qualitativa dos componentes palinofaciológicos, a partir da contagem de 300 partículas e identificação dos componentes principais da matéria orgânica (fitoclastos, palinomorfos e matéria orgânica amorfa), em suas proporções relativas e subgrupos (ex.: fitoclastos opacos e não opacos, cutículas, acritarcos, esporos, prasinófitas etc.). Em todas as amostras a matéria orgânica apresentou bom grau de preservação e fluorescência. O maior número possível de táxons de acritarcos, prasinófitas (ou ficomatas) e miósporos foram identificados e classificados bem como algumas espécies de quitinozoários. Os resultados de Carbono Orgânico Total (COT) para a maioria das amostras variam entre 2 e 4%, o que é considerado como muito bom para rochas geradoras. Por outro lado, a maioria das amostras possuem de baixos a regulares valores de S2 (entre 0.18 e 5,33mg/g) o que indica baixo potencial de geração. O querogênio foi classificado como uma mistura entre os tipos II e III. O Tmax varia de 405 a 435ºC, o ICE entre 4,0 e 4,5 e a reflectância da vitrinita (%Ro) entre 0,4 e 0,5%, indicando o estágio de diagênese, e, portanto, determinando as amostras avaliadas, como imaturas. Foi possível definir o arcabouço palinoestratigráfico com base em miósporos, acritarcos, ficomatas e quitinozoários e inferir para os afloramentos estudados o intervalo cronoestratigráfico correspondente ao Neoeifeliano - Eofameniano. Entre os constituintes da matéria orgânica os palinomorfos foram os mais abundantes. Quando consideradas as proporções relativas entre os grupos de palinomorfos identificados, o grupo de esporomorfos foi o predominante nas amostras do Devoniano Médio, indicando uma maior contribuição da matéria orgânica continental neste período, com influência deltaica. No entanto, nas amostras do Neodevoniano foi observado um aumento do paleofitomicroplanctôn, com dominância de acritarcos e ficomatas (prasinófitas), indicando aumento do nível do mar e a superfície de inundação máxima.