Fatores associados às reações adversas no tratamento da Tuberculose no município de Dourados, MS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Heinrich, Melissa Maria
Orientador(a): Basta, Paulo Cesar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/22853
Resumo: Introdução: A tuberculose (TB) continua sendo um grave problema de saúde, mesmo existindo tratamento efetivo para o seu controle. A dificuldade de controle da doença está na estreita relação com fatores sociodemográficos, como a miséria, a desnutrição, as condições de moradia em aglomeração e insalubridade. Os esquemas de medicamentos antiTB com dosagens corretas, tempo de uso adequado e adesão integral ao tratamento são os princípios básicos para se alcançar a cura. A associação de medicamentos antiTB acarretam inúmeras Reações Adversas (RAs) que são classificadas, quanto à gravidade, em reações adversas maiores e menores. Objetivo: Estimar a frequência de ocorrência e os fatores associados às RAs no tratamento de TB, no Município de Dourados, MS. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico prospectivo, de caráter descritivo e analítico. A frequência e o momento da ocorrência das reações adversas no grupo de pacientes indígenas e não indígenas foram analisados por meio de questionário com perguntas sobre os sintomas autorreferidos e exames de avaliação de função hepática, coletados em quatro momentos distintos durante o tratamento (0-15 dias; 30 dias; 60 dias; 180 dias). A análise das alterações nos exames de avaliação hepática foi realizada pelas transaminases AST e ALT. Realizou-se a avaliação de causalidade por meio do algoritmo de Naranjo. O instrumento CAGE foi aplicado aos pacientes para investigar o uso abusivo de álcool. Os dados foram analisados usando-se a distribuição de frequências, teste do χ2 e regressão logística uni e bivariada. Resultados: Dos 117 pacientes acompanhados no seguimento, 66,7 por cento eram do sexo masculino, 35,3 por cento eram indígenas. A média geral de RAs até o final de dois meses de tratamento foi de cinco reações por paciente no grupo de não indígenas, e quatro reações por pessoa no grupo de indígenas. Até o final de dois meses as principais queixas de sintomas foram tontura, prurido, náusea, artralgia, febre e cefaleia. A avaliação de causalidade, realizada por meio do algoritmo de Naranjo, identificou 1020 eventos de reações adversas em todos os momentos do seguimento, mostrou que 15,8 por cento eram reações prováveis, 62,5 por cento possíveis e 21,8 por cento improváveis. Os fatores associados com a ocorrência de hepatotoxicidade foram os quatro momentos de coleta de dados (os primeiros 15 dias após o início do tratamento; 30 dias de tratamento; 60 e 180 dias, no término do tratamento). A maior chance de desenvolver hepatotoxicidade ocorre nos primeiros 15 dias após o início do tratamento e reduz ao longo do tempo. Conclusão: Estudos sobre esse tema precisam ser aprofundados, principalmente estudos longitudinais, com coleta semanal de sangue, número amostral maior e em populações indígenas. Faixa etária acima dos 60 anos, o tempo após o início do tratamento e ser indígena são fatores de risco para o desenvolvimento de hepatotoxicidade durante o tratamento da TB.