Alterações na tomografia de coerência óptica, campimetria computadorizada, teste de Ishihara e acuidade visual após tratamento para tuberculose sistêmica

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Pavan Taffner, Brunella Maria [UNIFESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
• Palavras-chave em Português: Testes de campo visual; Tomografia de coerência óptica; Tuberculose; Retina; Neuropatia óptica tóxica; Efeitos colaterais e reações adversas a medicamentos
• Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69420

Objetivo: relatar alterações na acuidade visual corrigida, campimetria computadorizada, teste de Ishihara, e tomografia de coerência óptica: análise de espessura da camada de fibras nervosas da retina (CFNR) e camada de células ganglionares (CCG), secundárias ao tratamento com rifampicina, isoniazida, pirimetamina, etambutol (RHZE) em pacientes com tuberculose sistêmica. Também observar relação entre dose de RHZE/peso corporal e espessura de CCG após tratamento. Métodos: foram recrutados pacientes em tratamento com RHZE/RH por 6 meses no serviço de tuberculose da Universidade Federal de São Paulo no período de março de 2019 a dezembro de 2020. As medidas de acuidade visual (AV) com melhor correção, teste de Ishihara, campo visual e tomografia de coerência óptica foram realizados no início, mensalmente, até 2 semanas após o final do tratamento. Resultados: vinte e cinco pacientes foram incluídos. A AV diminuiu significativamente (P = 0,0129) pós-tratamento completo em comparação com pré-tratamento. As alterações no teste de Ishihara aumentaram significativamente (P < 0,0001) no segundo mês de RHZE. O mean deviation (MD) na campimetria computadorizada não diminuiu significativamente (P > 0,05); enquanto o pattern standard deviation (PSD) diminuiu após o término do tratamento em comparação com o baseline (P = 0,0371). A análise do campo visual de Humphrey mostrou escotoma central em 10 (26%) olhos; arqueado superior em 7 (18%) olhos; periférico nasal superior em 7 (18%) olhos; central e arqueado superior em 2 (5%) olhos; periférico temporal superior em 2 (5%) olhos; periférico temporal inferior em 2 (5%) olhos e 8 (21%) olhos sem escotoma após término dos 6 meses de RHZE/RH. Apenas dois pacientes não apresentaram qualquer escotoma visual após o final do tratamento. Ocorreram reduções significativas na espessura do CCG: inferior (P = 0,0101), inferior-nasal (P = 0,0211) e superior (P = 0,0418) com 2 meses de RHZE em comparação com baseline. Os quadrantes da CFNR diminuíram após concluído tratamento: inferior (P = 0,0001), nasal (P = 0,0041), superior (P < 0,0001) e temporal (P < 0,0001) em comparação com baseline. Cada aumento na dose de RHZE em 1 mg/kg de peso corporal resultou em reduções na espessura do CCG em todos os setores: inferior, 1,87 micrometros (P = 0,001); nasal inferior, 1,58 micrometros (P = 0,001); nasal superior, 1,64 micrometros (P = 0,001); superior, 2,18 micrometros (P = 0,001); temporal superior, 1,15 micrometros (P = 0,001); e temporal inferior, 0,96 micrometros (P = 0,010) após o término do tratamento RHZE/RH. Conclusão: a AV e o PSD diminuíram significativamente após término do esquema RHZE/RH. Escotomas na campimetria computadorizada foram observados em 17 dos 19 pacientes após os 6 meses de tratamento. Alterações no teste de Ishihara foram observadas no segundo mês de RHZE. A espessura do CCG diminuiu significativamente 2 meses após o início da medicação e a espessura da CFNR diminuiu após concluído o tratamento com RHZE/RH. Cada aumento na dose de RHZE em 1 mg/kg de peso corporal, resultou em reduções da espessura do CCG em todos os setores após completo o tratamento da tuberculose sistêmica com esquema clássico.