Dengue e condições de vida no município de Nova Iguaçu: uma abordagem espacial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Machado, Juliana Pires
Orientador(a): Santos, Reinaldo Souza dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5244
Resumo: A reemergência da dengue, sua disseminação e manutenção vêm desafiando o sistema de saúde brasileiro. Fatores relacionados às condições de vida da população têm sido descritos como importantes ferramentas para compreender a complexidade deste fenômeno, o que contribuiria no desenvolvimento de ações de controle da doença. Este trabalho descreve a ocorrência de dengue na cidade de Nova Iguaçu no período de 1996 a 2004, caracteriza a área de estudo segundo as condições de vida dos bairros e analisa as relações entre os padrões espaciais de ocorrência de dengue e a classificação dos bairros segundo níveis de condição de vida. Os dados de doença foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Para a caracterização segundo condições de vida foi construído um indicador composto, que incluiu variáveis disponíveis no Censo 2000. Observou-se a tendência de maior acometimento pela dengue em faixas etárias economicamente ativas, principalmente nos períodos interepidêmicos, o que aponta a importância desta população na manutenção da endemia. A maior concentração de dengue em Nova Iguaçu está nos bairros caracterizados pela contigüidade às vias de acesso e pela vizinhança a bairros com alta infestação predial pelo vetor Aedes aegypti. Apesar de não se evidenciar uma relação linear entre pobreza e ocorrência da doença, os padrões espaciais observados neste estudo indicaram a maior susceptibilidade de áreas onde as condições de vida dos bairros são heterogêneas, com convivência de diversos estratos sócio-econômicos em uma mesma região. Este estudo demonstra que a inclusão de categorias de análise que representem a organização social do espaço de ocorrência da dengue no modelo de explicação da doença é essencial para a construção de estratégias efetivas no seu controle.