Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Coronato, Bruna de Oliveira
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Orientador(a): |
Zucchi, Eliana Miura
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Banca de defesa: |
Zucchi, Eliana Miura,
Braga , Alfésio Luis Ferreira,
Martins , Lourdes Conceição,
Caseiro, Marcos Montani,
Chiaravalloti Neto, Francisco |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Católica de Santos
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Programa de Pós-Graduação: |
Doutorado em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Saúde
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://tede.unisantos.br/handle/tede/7545
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Óbitos por dengue são considerados evitáveis pelo Ministério da Saúde com a adoção de medidas simples e de baixa densidade tecnológica, e sua ocorrência é considerada um indicador de fragilidade da rede assistencial. No entanto, a cada ano a dengue apresenta epidemias de maiores proporções e aumento de número de óbitos. Uma vez que as ações se demonstram ineficazes no controle da incidência, conhecer os fatores que levam ao óbito, torna possível propor medidas eficazes para ao menos evitar este desfecho. OBJETIVO: Analisar os óbitos por dengue em Santos para identificar os fatores associados à letalidade, relacionados aos aspectos individuais, sociais, programáticos e prognósticos e sua correlação com incidência e vulnerabilidade. CASUÍSTICA E MÉTODO: Estudo descritivo, analítico e ecológico, com uso de dados secundários da Seção de Vigilância Epidemiológica do município de Santos/SP, com população de estudo de todos os sujeitos notificados e confirmados como dengue, residentes no município de Santos, de 1997 (ano do relato do primeiro caso autóctone do município) a 2018. A variável dependente foi cura e óbito por dengue. O referencial teórico utilizado foi o da vulnerabilidade e as variáveis foram divididas em categorias: fatores individuais, sociais, programáticos e prognósticos. Realizado modelo de regressão logística multivariada para análise dos fatores associados à letalidade divididos nestas categorias. E realizado geoprocessamento com uso do software QGIS com utilização dos índices de Moran e Lisa para identificação de influência entre bairros e clusters associados à letalidade. RESULTADOS: Dos 44 óbitos ocorridos entre 1997 e 2018, após comparação com os anos de maior incidência, não houve correlação entre as duas taxas (incidência e letalidade). Destes 44, 56,8% eram do sexo feminino, 59,1% brancos, 18,2% de 50 a 59 anos de idade, 2,3% no terceiro trimestre de gestação, 65,9% classificados como dengue grave, 59,1% tiveram atendimento em hospital privado, 100% não recebeu hidratação ou recebeu abaixo do preconizado, 22% recebeu hemotransfusão, 31% foi de 1 a 5 vezes a prontos-socorros antes de ser internado, 23% não tece diagnóstico de dengue no ato da internação, 59% apresentavam comorbidades. Apenas 1 óbito teve resultado de sorotipo e nenhum teve descrição dos sintomas iniciais. Entre os fatores individuais apresentaram significância estatística em relação ao óbito: cor da pele branca, ser maior que 80 anos idade e presença de gestação no terceiro trimestre. Entre os sociais apresentou significância a região de residência. Nos fatores programáticos destacou-se ter sido internado e atendido em instituição privada. E dentre os fatores prognósticos a classificação final como dengue grave demonstrou significância. No município de Santos os bairros Centro, Vila Mathias, Vila Nova, Marapé e José Menino devem ser alvo de mais atenção em ações pontuais e fortalecimento das equipes de saúde para diminuição das taxas existentes. E os bairros Porto Alemoa, Ilhéu Alto, Alemoa, Chico de Paula, Vila Hadad, Porto Saboó e Morro Saboó precisam de intervenções preventivas para que por influência de seus vizinhos não passem a apresentar elevadas taxas de incidência e letalidade e estes bairros comparados com o índice de Vulnerabilidade demonstram que A Zona Noroeste e parte dos Morros têm elevada taxa de incidência e letalidade em região de alta vulnerabilidade e Centro com ambas taxas elevadas apresenta baixa vulnerabilidade e Orla com elevada letalidade apresenta vulnerabilidade muito baixa. CONCLUSÕES: Incidência parece não ter correlação com letalidade. Cor da pele branca, ter mais de 80 anos de idade, estar gestante no terceiro trimestre de gravidez, evolução para dengue grave, internação e atendimento em hospital privado e residência nos bairros Centro, Vila Mathias, Vila Nova, Marapé e José Menino representam um risco maior para o óbito. Os dados sugerem que a ocorrência de casos pode até ter correlação com a vulnerabilidade, mas os óbitos parecem não estar relacionados com índices socioeconômicos de vulnerabilidade. A presença da Atenção Básica precisa ser mais estudada para verificar o seu real efeito protetor em relação aos óbitos. |