Distribuição territorial de dengue no município de Niterói, 1996 a 2003

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Silveira, Nelson Artur Prado Rodrigues da
Orientador(a): Santos, Reinaldo Souza dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4980
Resumo: Esta dissertação teve o objetivo de analisar a ocorrência do dengue no Município de Niterói, Rio de Janeiro, entre 1996 e 2003 com base em geoprocessamento. A base de dados de dengue foi obtida através do SINAN. As informações demográficas foram conseguidas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pela Base de Informações por Setor Censitário. Os dados populacionais, socioeconômicos e de saneamento necessários ao estudo são os disponíveis no censo demográfico de 2000 do IBGE. Para o alcance dos objetivos específicos, a análise foi feita em quatro etapas: a) Análise descritiva – distribuição temporal e características demográficas dos casos de dengue; b) Análise espacial – análise da distribuição territorial do dengue no Município de Niterói no nível Região; c) Análise espacial - análise da distribuição territorial do dengue no Município de Niterói por Bairro, entre 1996 e 2002; e d) Análise de regressão e correlação. Para a análise os dados foram agrupados em 3 períodos: I – período interepidêmico, de 1996 a 2000; II – período epidêmico; e III – período epidêmico. Os resultados evidenciam que, ao se comparar o número de casos registrados em Niterói com os notificados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), a princípio não demonstra uma participação de vulto do município neste problema. Entretanto, quando analisamos os coeficientes de incidência no município, comparando com os da RMRJ, estes foram sempre substancialmente maiores, em qualquer ano do período estudado. As causas dessas importantes diferenças entre as incidências em Niterói e na RMRJ podem ser de diferentes naturezas. Na análise da incidência de dengue por bairros, destacou-se a presença de mosaicos de bairros próximos com níveis de incidência muito elevados contíguos a outros com baixa incidência, em várias regiões. Esse padrão heterogêneo chama atenção no primeiro período por ser esta uma avaliação média da incidência durante cinco anos de DEN-1. Sendo que este tipo já circulava anteriormente por uma década, sugerindo que diferentes fatores da imunidade de grupo interferiram de forma relevante na expressão endêmica territorial deste processo endêmico-epidêmico. No segundo período (2001), a característica mais marcante foi a magnitude da incidência em um dos bairros da região Oceânica, enquanto outros da sua vizinhança não acompanharam esta expressão, o que não foi observado no uso da unidade territorial região. Na epidemia do período de introdução do DEN-3 (2002) novamente o padrão em mosaico se torna mais evidente, com bairros apresentando elevadas incidências, contrastando com suas vizinhanças. Convém ressaltar que essa foi uma epidemia por um sorotipo novo (DEN-3). Novamente fatores locais diferentes da imunidade e de variáveis climáticas, que seriam constantes para os bairros da mesma região, estão modulando a transmissão.