Condições particulares de transmissão de dengue na Região Oceânica de Niterói

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Siqueira, Alexandre San Pedro
Orientador(a): Oliveira, Rosely Magalhães de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/5346
Resumo: Algumas características particulares dos centros urbanos, como precariedade na distribuição e freqüência dos serviços de abastecimento de água e coleta de lixo, podem levar determinados grupos sociais a adotarem hábitos de vida de modo a propiciar locais favoráveis a proliferação do vetor e conseqüente disseminação da dengue. Embora ocupe o primeiro lugar no ranking estadual de IDH, a cidade de Niterói vem sofrendo períodos epidêmicos/inter-epidêmicos de transmissão de dengue, com destaque para a Região Oceânica e, em especial, o bairro de Itaipu. Objetivo: Analisar os determinantes socioambientais de produção e reprodução da dengue na Região Oceânica de Niterói, enfocando as condições particulares de transmissão em sub-localidades específicas, em período recente. Metodologia: Foram escolhidas quatro sub-localidades com semelhanças na incidência de dengue e padrões urbanísticos/sócio-econômicos diferentes. A escolha baseou-se na construção de um indicador composto de condições de vida por setor censitário, assim como pela construção de um mapa de Kernel com as respectivas incidências. As características sócio-espaciais de cada sub-localidade foram obtidas por meio de entrevistas com informantes-chave e observação sistemática. Foram pesquisadas ainda informações sobre o processo histórico de ocupação e estruturação interna de Itaipu. Resultado: As condições de produção da doença ocorrem de forma diferenciada nas sub-localidades estudadas. O número significativo de terrenos baldios com lixo domiciliar, casas de veraneio com piscinas não tratadas e precariedade no abastecimento de água, foram características marcantes das áreas estudadas. Independente do padrão de habitação, todos os moradores realizam práticas de estocagem de água. Conclusão: A precariedade no abastecimento de água e a heterogeneidade sócio-espacial nas sublocalidades apontam para dois fatores distintos condicionantes para o risco de transmissão da doença. O primeiro referente à oferta limitada do serviço de abastecimento de água e escassez de recursos financeiros. O segundo relaciona-se a abundância de recursos que permite estocagem de água em reservatórios permanentes de maior capacidade de acúmulo. Os resultados sugerem que a vigilância da dengue deve incorporar indicadores quantitativos/qualitativos que reflitam as reais condições de reprodução da doença em nível local, em especial aqueles relacionados ao abastecimento de água.