Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Boechat, Jéssica Sepulveda |
Orientador(a): |
Pereira, Sandro Antonio,
Oliveira, Manoel Marques Evangelista de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50862
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Resumo: |
A esporotricose é causada por espécies patogênicas do gênero Sporothrix, que infectam o ser humano e diferentes espécies animais, principalmente os gatos. Desde 1998 ocorre uma endemia desta micose no Rio de Janeiro. Ao longo da endemia, os isolados provenientes de cães e gatos têm sido formalmente identificados como Sporothrix schenckii e mais recentemente como Sporothrix spp.. Em estudos realizados com isolados de origem humana e felina, provenientes do Rio de Janeiro, por meio de caracterização fenotípica e molecular, foi descrito um predomínio da espécie S. brasiliensis. Entretanto, estudos que envolvam esta caracterização em isolados clínicos de gatos e cães são escassos, bem como a associação das espécies do gênero Sporothrix com as características clínicas e epidemiológicas destes animais. Os objetivos deste estudo foram: caracterizar os isolados clínicos de Sporothrix spp. oriundos de caninos e felinos provenientes da epizootia do Rio de Janeiro em nível de espécie dentro do gênero Sporothrix, e associar as espécies caracterizadas com as características clínicas e epidemiológicas dos animais. Foram incluídos no estudo 166 isolados de Sporothrix spp., sendo 119 provenientes de felinos atendidos no período de 1998 a 2018 e 47 de caninos assistidos no período de 2013 a 2018 no Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos (Lapclin-Dermzoo), INI/Fiocruz. Os testes fenotípicos foram realizados apenas nos isolados caninos, sendo estes identificados por meio de suas características morfofisiológicas a 30ºC e a 37ºC, bem como através do perfil de assimilação de carboidratos (sacarose e rafinose) Além disso, tanto para os isolados caninos quanto felinos, foram utilizadas metodologias convencionais aplicadas a ácidos nucléicos, tais como PCR fingerprinting, para caracterização taxonômica, bem como avaliação da similaridade genética entre os isolados, por meio de análise filogenética com a construção de cladogramas. Com relação aos isolados provenientes de cães, nos testes fenotípicos, apenas um isolado foi caracterizado como S. brasiliensis, dois como S. schenckii e 44 não apresentaram perfil compatível com nenhuma espécie patogênica, sendo então classificadas apenas a nível de gênero, como Sporothrix spp. Nos testes genotípicos, após a realização da PCR T3B fingerprinting, 46 isolados foram caracterizados como S. brasiliensis e um isolado foi caracterizado como S. schenckii. Em oito isolados foi possível observar uma pequena variação intraespecífica. Não houve associação entre as variáveis clínicas e epidemiológicas dos cães e as variações fenotípicas e genotípicas encontradas. Os 119 isolados provenientes de gatos foram caracterizados como S. brasiliensis pela técnica da PCR T3B fingerprinting, havendo uma pequena variação intraespecífica em 31 isolados do período 2013 a 2018. Foi possível observar a associação entre os isolados felinos sem variação intraespecífica e as variáveis clínicas bom estado geral e presença de linfadenomegalia. Até o momento, S. brasiliensis foi a única espécie identificada nos casos felinos desde o início da epizootia de esporotricose no Rio de Janeiro. Além disso, S. brasiliensis é o principal agente etiológico da esporotricose em cães, porém outras espécies podem ser identificadas, dessa forma foi relatado o primeiro caso de S. schenckii descrito em cães no Brasil. |