Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Boechat, Jéssica Sepulveda |
Orientador(a): |
Pereira, Sandro Antonio,
Pacheco, Tânia Maria Valente |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25120
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Resumo: |
Esporotricose é uma micose subcutânea, causada por espécies do complexo Sporothrix, que infectam o ser humano e diferentes espécies animais, principalmente os gatos. Desde 1998 ocorre uma epidemia desta micose no Rio de Janeiro que vem acometendo seres humanos, cães e gatos. No período de 1998 a 2012 foram diagnosticados no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)/Fiocruz aproximadamente 4.000 casos felinos. É a primeira epidemia desta micose sob a forma de zoonose descrita na literatura, cuja transmissão ocorre através da arranhadura, mordedura e/ou contato com gatos doentes, sendo que cerca de 4.000 casos humanos foram diagnosticados no INI até o ano de 2012. Os gatos são muito susceptíveis a essa doença e os principais sinais clínicos observados são a presença de lesões cutâneas ulceradas, que em aproximadamente 40% dos casos são múltiplas e ocorrem em mais de três localizações anatômicas. Os isolados felinos têm sido classificados como Sporothrix schenckii ao longo da epidemia. Em estudos realizados em seres humanos com esporotricose, provenientes do Rio de Janeiro, foram identificadas espécies do complexo Sporothrix, por meio de caracterização fenotípica e molecular, onde foi possível observar um predomínio da espécie S. brasiliensis. Até o momento, apenas 15 isolados clínicos de gatos com esporotricose provenientes do Rio de Janeiro foram caracterizados, sendo todos S. brasiliensis. Entretanto, estudos que envolvam a caracterização dos isolados clínicos felinos e a associação desses com as características clínicas e epidemiológicas dos gatos ainda não haviam sido realizados. Os objetivos deste estudo foram caracterizar os isolados clínicos a nível de espécie dentro do complexo Sporothrix e correlacionar as espécies do complexo Sporothrix com as características clínicas e epidemiológicas dos gatos Foram incluídos no estudo 47 isolados de Sporothrix spp armazenados no Laboratório de Micologia do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)/Fiocruz e provenientes de gatos participantes de um ensaio clínico realizado no Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos (Lapclin-Dermzoo) do INI/Fiocruz, no período de 2006 a 2010. Esses isolados foram identificados através de suas características morfofisiológicas, bem como através do perfil de assimilação de carboidratos (sacarose e rafinose). Também foram utilizadas metodologias aplicadas a ácidos nucléicos, como a PCR fingerprinting. Nos testes fenotípicos 35 isolados foram caracterizados como S. brasiliensis e 12 não apresentaram perfil compatível com nenhuma espécie do complexo, sendo então classificadas como Sporothrix spp. As cepas controle na PCR T3B fingerprinting demonstraram perfis de bandas bastante distintas, o que permitiu que 47 isolados fossem caracterizados como S. brasiliensis. Não houve associação entre as cepas que apresentaram genótipo diferenciado da caracterização molecular, com os sinais clínicos apresentados pelos animais. Concluímos que S. brasiliensis é o agente etiológico dos casos de esporotricose felina no Rio de Janeiro, uma vez que, até o momento foi a única espécie identificada e que é fundamental a utilização de técnicas fenotípicas em conjunto com as técnicas moleculares para caracterização das espécies do complexo Sporothrix |