Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Viana, Paula Gonçalves |
Orientador(a): |
Suárez Mutis, Martha Cecilia,
Pereira, Sandro Antonio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/28081
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Resumo: |
Esporotricose é causada por espécies de fungos do complexo Sporothrix schenckii, que infectam humanos e animais, incluindo os cães. Desde 1998 vem ocorrendo uma epidemia desta micose no Rio de Janeiro, acometendo um grande número de seres humanos, gatos e cães. O principal sinal clínico é a presença de lesões cutâneas ulceradas. Nesta epidemia, apesar dos gatos serem os animais mais acometidos, casos caninos têm ocorrido ao longo dos últimos 10 anos e pouco se sabe sobre as características clínicas, epidemiológicas e terapêuticas destes animais. A esporotricose canina é uma doença pouco descrita no mundo e a maior série de casos compreende 44 animais provenientes do Rio de Janeiro no período entre 1998 e 2003. Os objetivos deste estudo foram: a) descrever a ocorrência de casos caninos diagnosticados com esporotricose no INI/Fiocruz; b) realizar o georreferenciamento dos endereços dos cães; c) descrever as apresentações clínicas da esporotricose canina; d) descrever a resposta terapêutica e os efeitos adversos clínicos ao tratamento antifúngico e e) descrever o agente etiológico envolvido. Foi realizado um estudo retrospectivo que consistiu na revisão dos prontuários médicos dos cães com diagnóstico de esporotricose, por meio de isolamento do Sporothrix sp. em cultivo, assistidos no INI/ Fiocruz no período de 2004-2014 Foram incluídos nesse estudo 203 cães, na sua maioria machos, idosos, sem raça definida, residentes no município do Rio de Janeiro, em bom estado geral e que tiveram contato com gato. A forma clínica cutânea fixa foi a mais observada, assim como as úlceras foram as lesões mais frequentes. A mucosa nasal foi o local mais acometido. Os sinais extracutâneos estavam presentes na maioria dos caninos, sendo a linfadenomegalia regional e o espirro com secreção nasal os mais frequentes. Os cães receberam diferentes esquemas terapêuticos, principalmente monoterapia com cetoconazol e itraconazol. A cura clínica ocorreu em cerca de 50% dos casos, porém houve um alto índice de perda de seguimento terapêutico. Os efeitos adversos foram observados nos cães que fizeram uso de cetoconazol. Os animais que iniciaram o tratamento antifúngico mais precocemente tiveram um tempo de tratamento até a cura clínica menor em relação aos que iniciaram tardiamente. Os cães cujo tratamento foi regular obtiveram a cura clínica em menor tempo. Nos casos que apresentaram sinais respiratórios observou-se um tempo de tratamento maior até a cura clínica. O agente etiológico caracterizado nos isolados de 10 animais foi Sporothrix brasiliensis. A partir dos resultados obtidos podemos concluir que: a ocorrência de casos de esporotricose canina descrita nesse estudo representa a maior casuística mundial dessa micose nesta espécie animal; o tratamento com itraconazol foi mais efetivo e seguro em relação ao cetoconazol; o gato foi a principal fonte de infecção do Sporothrix sp. para os caninos e o S. brasiliensis parece ser o agente etiológico mais comum da esporotricose canina no Rio de Janeiro já que foi a única espécie caracterizada nos animais. |