Mulheres brancas e negras sob a ótica patriarcal na trilogia Lucas Procópio, Um cavalheiro de antigamente e Ópera dos mortos
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/30222 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é analisar, comparativamente, as personagens femininas brancas e negras, bem como o espaço social ocupado por elas. Aqui são estudadas Isaltina, Genuína, Rosalina, Adélia, Eufrásia, Joana e Quiquina, presentes na trilogia de Autran Dourado Ópera dos mortos (1967), Lucas Procópio (1985) e Um cavalheiro de antigamente (1992). Como os romances abarcam uma época em que laivos do período colonial brasileiro ainda existiam, algumas discussões da formação da sociedade brasileira pertencentes à Casa-grande & senzala (1933), de Gilberto Freyre, são empregadas para uma adequada compreensão do pensamento presente nas narrativas. Dentro da perspectiva da ordem patriarcal, as figuras femininas aqui estudadas são retratadas, de acordo com duas terminologias de Affonso Romano de Sant’Anna (1984) “mulheres esposáveis”, termo utilizado para descrever as mulheres brancas, de extração burguesa, educadas para constituírem família e responsáveis por manter o status social do homem, e como oposição àquelas, “mulheres comíveis”, ou seja, negras ou mestiças, que deveriam satisfazer sexualmente seus senhores e, ainda, mulheres serviçais. Demais, são utilizadas as considerações de Tecendo por trás dos panos (1994), de Maria Lúcia Rocha-Coutinho, o capítulo intitulado como “Mulher e família burguesa” (2002), de Maria Ângela D’incao (História das mulheres no Brasil), A criação do patriarcado: história da opressão das mulheres pelos homens, de Gerda Lerner (2019). Em relação ao espaço social ocupado por homens e mulheres, segundo Reis (1987), ele era dividido entre núcleo, espaço ocupado pelo homem, como o patriarca onipotente e, nebulosa, espaço ocupado por mulheres, negros e demais integrantes da casa-grande. Do mesmo modo, às mulheres cabia o espaço da casa, enquanto o homem poderia transitar livremente por todos os espaços públicos. Entretanto, nas obras estudadas, em alguns momentos, é possível observar uma inversão nos espaços ocupados, sendo que alguns homens se fecham em suas casas, ou seja, ocupam o espaço pertinente à mulher, enquanto a mulher ganha a rua, espaço pertencente ao homem. Outrossim, algumas mulheres brancas agem contra a ordem patriarcal, sofrendo punições, que serviam de exemplo às leitoras da época, uma vez que a leitura era utilizada como uma forma de educação, ao mesmo tempo que estas narrativas revelam, ainda que não totalmente, elementos antecipatórios do questionamento feminino à ordem masculina. |