Fios de roca e tramas sentimentais: personagens tecelãs em O Continente, Os Sinos da Agonia e O Voo da Guará Vermelha
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2422 |
Resumo: | Na roca, no tear, no entrelaçar de fios para a construção de uma tessitura (como ninar e contar histórias aos filhos) pousa, quase sempre, as mãos das mulheres; extrapolando o entendimento literal dos atos de costurar, coser, tecer, fiar, o texto literário apresenta-os, muitas vezes, metaforicamente, como um artifício feminino para ultrapassar ou subverter a ordem patriarcal vigente, assunto espinha dorsal em alicerce teórico empreendido nesta pesquisa. Como corpus teórico, busca-se fundamentação para este trabalho em História das Mulheres do Brasil, Histórias íntimas, Casa Grande & Senzala, Um Teto todo Seu, O Segundo Sexo, e outras. Os textos ficcionais aqui analisados, O Continente (1949), Os Sinos da Agonia (1974) e O voo da Guará Vermelha, (2005), apresentam três perfis diferentes de mulheres que correspondem, de uma forma ou de outra, ao arquétipo - definição de Carl Jung (1976) - da mulher tecelã, cada qual emanando desejos distintos. Seguindo o coração está Ana Terra, no texto de Erico Verissimo (1905-1975), bem como as mulheres em sua linha de sucessão, Bibiana e Maria Valéria; tomada por seus instintos de femme fatale vem Malvina, do mineiro Autran Dourado (1926-2012); enfrentando as imposições sociais, argumentação profundamente arraigada na figura feminina - emerge soropositiva a prostituta Irene, personagem delineada por Maria Valéria Rezende (1942). Analisa-se a construção dessas personagens femininas que, moldadas dentro de um plano arquetípico, correspondem à figura da mulher tecelã e, assim, conseguem ser “donas de seus destinos”, mesmo sob a condição de ordem patriarcal, por meio de suas ações, de seus desejos, de suas influências. Pesquisou-se nas principais histórias literárias brasileiras, como a organizada por Afrânio Coutinho, Alfredo Bosi, Carlos Nejar e outros, fundamentação para a explanação sobre a fortuna crítica das obras, além dos principais cadernos literários impressos e on line, bem como em reportagens. Além disso, formatou-se exclusiva entrevista por telefone, que a escritora Maria Valéria Rezende concedeu diretamente à autora. O trabalho dispõe de levantamento teórico, bibliográfico e literário: inicia com a teoria do patriarcado, seguindo com a fortuna crítica das obras, perpassa os arquétipos do inconsciente coletivo e da mitologia grega, para chegar de fato às obras, onde se identificaram algumas relações de significado que fomentaram as discussões sobre o tema. A análise evidencia os contornos dados às personagens tecelãs, contextualizando-as, temática e historicamente, dentro do universo patriarcal a que elas se encontram submetidas. Mostra como tais mulheres criaram subterfúgios para se colocar nesse universo governado pelo homem e, até mesmo, como fizeram para controlá-lo. |