Resumo: |
Partimos de um diagnóstico, comum a diversos autores, de que o início do século XXI é marcado por uma imagem de tempo hegemônica, que pode ser sintetizada pelo regime do simulacro, tal como concebido por Jean Baudrillard. Esse regime é regulado pelas demandas do sistema econômico do capitalismo tardio, que visa neutralizar toda capacidade humana crítica, sensorial e perceptiva, em favor do estímulo à produção e ao consumo ininterruptos. O principal objetivo desta pesquisa é questionar se seria possível subverter ainda que provisoriamente a lógica do regime do simulacro, por meio do emprego poético das tecnologias digitais na concepção de obras de arte. A metodologia consiste em verificar as operações poéticas realizadas pelos artistas Harun Farocki, Bill Viola e Anthony McCall, que exemplificam essa ideia, mobilizando os autores da bibliografia específica a partir das questões suscitadas pelas obras. Em outras palavras, trata-se de buscar as figuras ou imagens de tempo criadas por artistas, especificamente em instalações audiovisuais contemporâneas, que diferem da ordem do simulacro e revelam uma dimensão política resistente à imagem de tempo hegemônica. |
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