Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2002 |
Autor(a) principal: |
Spina, Clarice |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-06122022-120224/
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Resumo: |
A pesquisa busca descrever o caminho da devolução da criança/adolescente que é devolvido dentro de um processo de adoção. A tentativa é de dar visibilidade a como os atores institucionais lidam com a questão da devolução, se promovem uma intervenção em seu procedimento profissional, se a devolução mobiliza criticidade, e sobretudo, como, a criança/adolescente participa do processo de devolução. Tenta ainda, escutar nas entrelinhas das falas, os buracos existentes na prática. Para tanto, foram eleitas como significativas, as instâncias percorridas pela criança/adolescente: o Abrigo, a porta de entrada do Fórum; o Conselho Tutelar; o Ministério Público/Promotor; o Juiz da Infância e Juventude; o Psicólogo e o Assistente Social. A criança/adolescente não foi, intencionalmente, incluída, pois retomar a experiência da devolução seria reeditar sua história de abandono. A produção de conhecimento não se propõe a dar respostas, e sim assinalar algumas questões levantadas pelos atores institucionais - pensar a prática para não repetir padrões, para não deixar de intervir com compromisso. Sustentado por estudos de teóricos como Goffman, Menzies Lyth, Guirado, Berger/Luckmann e Canevacci para melhor contextualizar a questão institucional e sobretudo, em Freud e continuadores - Klein, Winnicott e Bowlby nos aspectos que dizem respeito ao desenvolvimento emocional da criança/adolescente - o trabalho vem ressaltar o quanto o escutar a criança/adolescente devolvido, odiscurso desestruturado-desestruturante que acompanha a experiência da devolução parece ser um bom e digno instrumento de trabalho que perpassa os papéis institucionais que interferem num processo de devolução. Em linhas gerais foram feitas as seguintes constatações: Que os atores têm diferentes apreensões das necessidades das crianças a partir de seus papéis intitucionais, e isso pode trazer aspectos positivos ou negativos na vida de uma criança adolescente; - A legislação (Estatuto da Criança e do Adolescente) que aponta como irrevogável a adoção, dá uma brecha - o estágio de convivência - que é tratado como tempo de experiência com a criança/adolescente, descaracterizando um momento de construção, de enfrentamento do desafio de um novo vínculo; - A produção de conhecimento ajuda a refletir sobre a importância de haver concreto contato entre os envolvidos num momento de devolução, sempre que possível, apesar dos limites do papel institucional. Quando isso acontece, o ator recupera e humaniza a relação, possibilitando o lidar com a situação de forma mais cuidadosa; - A direção dada pelo peso da atuação dos atores, que decidem de diferentes formas, pode estar mais aproximada ou não de uma prática pautada no estreitamento da parceria com os recursos da comunidade. No trabalho permanece a tentativa de apontar possibilidades, contribuições para uma cultura da adoção mais arejada e próxima da cooperação, da família construída nos laços de afinidade, sem aonipotência de negar a história de vida, as raízes das crianças/adolescentes |