Um estudo qualitativo sobre a ampliação do perfil de crianças e adolescentes a serem adotados sob a perspectiva de Psicólogos/as e Assistentes Sociais de Varas da Infância e Juventude

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rodrigues, Ana Clara Fusaro Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-21122021-112203/
Resumo: Na atualidade, há um expressivo número de crianças e adolescentes que, separados definitivamente de suas famílias de origem pelo Poder Judiciário, não conseguem ser inseridos em famílias adotivas por não se enquadrarem no perfil de filho desejado pela maioria dos pretendentes. Dentre as adoções mais difíceis de serem concretizadas, as chamadas adoções necessárias, estão as de crianças maiores e adolescentes, inter-raciais, de jovens com deficiência ou necessidades específicas de saúde e de grupos de irmãos. Diante disso, este estudo teve por objetivo analisar como Psicólogos/as e Assistentes Sociais de Varas da Infância e Juventude selecionadas no estado de São Paulo estão lidando com a ampliação do perfil de crianças e adolescentes a serem adotados. Através do método clínico-qualitativo, foram realizadas entrevistas individuais semidirigidas com doze profissionais, sendo um/a Psicólogo/a e uma Assistente Social de seis varas judiciárias selecionadas na capital e no interior do estado. Para a análise e discussão dos resultados foram construídas três categorias, organizadas a partir dos critérios de repetição e relevância, denominadas: (1) A etapa de preparação dos adotantes; (2) O papel das entrevistas de avaliação psicossocial; (3) Considerações acerca da campanha Adote um Boa-Noite. Na etapa de preparação desenvolvida pelos profissionais da amostra, atividades informativas se associaram a uma incipiente ampliação do perfil aceito pelos adotantes, enquanto estratégias mais efetivas relacionaram-se ao relato de vivências de pais que adotaram crianças e adolescentes com perfis preteridos. No geral, observou-se que o espaço íntimo das entrevistas avaliativas tem sido privilegiado para explorar com maior profundidade o investimento dos pretendentes na adoção, de modo a desvelar as motivações e fantasias subjacentes à restrição por alguns perfis e garantir o amadurecimento da demanda inicial pelo filho. Por último, os entrevistados indicaram que a exposição irrestrita da imagem dos adotandos em campanhas como a Adote um Boa-Noite pode favorecer ampliações pautadas em motivações que se distanciam do desejo de cuidar de uma criança ou adolescente na condição de filho e reduzir a relação de parentalidade-filiação a uma lógica mercadológica